John Rambo vai regressar ao cinema e não há nada de 'novo sangue': Sylvester Stallone, 71 anos, será o protagonista do quinto filme da saga.
O Deadline avança que ainda que a participação do ator ainda não tenha sido confirmada pelos seus representantes, a produtora dos filmes vai avançar com a venda do projeto a distribuidores internacionais no Festival de Cannes, que começa na terça-feira.
A intenção é avançar com a rodagem em setembro e o Stallone, agora a filmar "Creed 2", estará a trabalhar no argumento, que encontrará o veterano da guerra do Vietname a trabalhar num rancho até ao momento em que a filha de um dos seus amigos é raptada e ele atravessa a fronteira com o México, rapidamente entrando em confronto com um dos seus cartéis de droga mais violentos.
Com isto ficaria pelo menos adiado "Rambo: New Blood", um projeto anunciado em outubro de 2016 que seria realizado pelo israelita Aril Vromen e reiniciaria a saga de ação com um ator mais jovem, seguindo o mesmo princípio de James Bond: o veterano da Guerra do Vietname transformado em máquina de morte, provavelmente modernizado para um conflito mais recente, poderia vir a ser interpretado por várias estrelas por muitos e bons anos.
John Rambo nasceu para o cinema com "First Blood / A Fúria do Herói" (1982), que se baseava num livro de David Morrell, um surpreendente sucesso de bilheteira que ajudou a definir os anos 1980. Surgiram rapidamente duas sequelas: com "Rambo II - A Vingança do Herói" (1985), a personagem regressava ao Vietname para salvar veteranos e deixar um rasto de sangue de vingança, enquanto em "Rambo III" (1988) ia salvar o antigo comandante e acabava a ajudar o povo do Afeganistão na resistência contra a ocupação das forças da União Soviética.
A desilusão comercial do terceiro filme fez Stallone reformar a personagem até ao muito elogiado "John Rambo" (2008), mas em janeiro de 2016, numa entrevista à Variety, ele garantia que a saga tinha chegado ao fim apesar de ter trabalhado durante anos num argumento para o quinto filme.
"O coração quer, mas o corpo diz 'Fica em casa!'. É como com os lutadores que decidem voltar para um último combate e levam uma tareia. Deixo-o para outra pessoa.", garantia nessa altura.
É provável que a violência no México envolvendo o narcotráfico tenha levado Stallone a mudar de ideias, tal como aconteceu com o quarto filme, onde o guerreiro envelhecido e retirado na Tailândia usava as suas ainda letais competências para salvar trabalhadores de ajuda humanitária na Birmânia (Myanmar).
"Sabe quando se percebe que não há mais nada a fazer? Como filme de ação, fiquei muito contente que tivesse lidado com a situação birmanesa. Tinha um pé num assunto atual, a mais longa guerra civil na história, 65 anos naquela altura", recordava há dois anos.
Na mesma entrevista, dizia: "Não resta nada. Quando me pediram para fazer outro 'Rambo', disse 'Se não consigo fazer melhor do que da última vez, e não consigo, então porquê?".
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