Roger Deakins não tem dúvida: o melhor trabalho de fotografia de 2022 foi no filme "The Batman", mas não foi nomeado para os Óscares apenas por "snobismo".
O britânico sabe do que fala: é um lendário diretor de fotografia nomeado 16 vezes e ganhou duas estatuetas douradas, pelas imagens de "Blade Runner 2049" (2017) e "1917 (2019).
Na cerimónia deste ano, estava na corrida por "Império da Luz", juntamente com os responsáveis por "Bardo, Falsa Crónica de Umas Quantas Verdades", "Elvis" e "Tár", que perderam para "A Oeste Nada de Novo".
"A melhor fotografia não foi nomeada. É 'The Batman'. É o melhor trabalho, do meu ponto de vista", disse Deakins num evento antes de cerimónia ao Deadline.
"O filme devia ter sido um candidato nessa categoria. A razão para não ter sido é muito simples: snobismo. Existe este tendência injusta de evitar o universo da Marvel e outros universos populares", acrescentou.
O britânico acrescentou Claudio Miranda, o diretor de fotografia de "Top Gun: Maverick", como "outro que foi deixado de fora".
"O que interessa é o trabalho. Bom trabalho é bom trabalho, independentemente do género", reforçou.
Apesar de Frazer ter ganhado o Óscar no ano passado com "Dune: Parte Um" e Miranda com "A Vida de Pi" em 2012, Deakins manteve a opinião: "O snobismo mantém-se".
Na corrida para Melhor Fotografia estava Mandy Walker por "Elvis" e surgiu a pergunta se não era altura da primeira mulher ganhar a estatueta.
"É sobre o trabalho, não o género", foi a resposta, acrescentando que esse Óscar seria bem-vindo "mas tem de ser sustentado pelo trabalho".
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