Continua a tempestade mediática desde que Rebel Wilson identificou na segunda-feira Sacha Baron Cohen como o 'enorme cretino' com quem trabalhou num filme.

Segundo a atriz australiana, a equipa do comediante estava a ameaçá-la com uma ação judicial para impedir o lançamento do seu livro de memórias a 2 de abril, onde dedica um capítulo inteiro à rodagem da comédia de ação "Irmãos e Espiões" (2016), onde interpretava a sua namorada.

Rebel Wilson desmascara Sacha Baron Cohen como um 'cretino' no seu novo livro de memórias
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A revista People teve acesso a um excerto de "Rebel Rising", onde Wilson alega que Baron Cohen lhe pedia sistematicamente para tirar a roupa apesar de existir no contrato uma cláusula a rejeitar a nudez.

A passagem mais controversa é um pedido para que enfiasse o dedo no seu traseiro (uma tradução aproximada da expressão original usada) porque achava que isso tornaria uma cena engraçada.

"Parecia que sempre que falava com o SBC, ele mencionava que queria que ficasse nua numa cena futura. Eu ficava do género 'Pois, não faço nudez Sacha'", escreve a atriz.

Noutra parte, conta que foi convocada por um assistente da produção para uma cena adicional durante a rodagem em Cape Town, na África do Sul.

"'Ok, bem, vamos filmar esta cena extra', diz o SBC. A seguir, ele baixa as calças e diz com naturalidade 'OK, agora quero que enfies o dedo no meu traseiro'. E eu fiquei tipo, 'O quê?? … Não!!'", recorda.

A atriz diz que ficou chocada e acrescentou: "Agora, estava assustada. Queria sair dali para fora, portanto finalmente cheguei a um compromisso: dei uma chapada no traseiro dele e improvisei algumas frases como a personagem".

Contactou o seu agente e falou com um advogado: "Fui encorajada a 'ser profissional e terminar o filme'. A minha forma de lidar com isto naquele momento foi tentar rir".

Chamada após o fim da rodagem principal para gravar novos planos, incluindo uma cena de sexo, Wilson diz que só aceitou após ser reescrita várias vezes e informou os produtores que não faria promoção ao filme.

"Filmei a cena, após exigir que fosse reescrita. Mas ainda tive de simular fazer sexo com este tipo. Ainda tive que beijá-lo repetidamente. Alguns meses mais tarde, continua “realmente percebi que tudo isto não era algo de que pudesse rir. Retransmiti aos produtores que não faria nenhuma promoção para o filme”, escreve.

Não existem imagens com os dois atores durante o lançamento em 2016.

A atriz acrescenta: "O filme foi um fracasso, o que para mim foi karma suficiente. Não pretendo cancelar ninguém e essa não é minha intenção ao partilhar esta história. Estou a partilhá-la agora porque tenho esperança que quanto mais mulheres falarem sobre coisas como esta, menos venham a aconteçer”.

Sacha Baron Cohen posa com modelos durante a antestreia do filme em França a 16 de fevereiro de 2016

Após ser identificado na segunda-feira como o 'cretino' do livro, a equipa de Baron Cohen demorou menos de seis horas a emitir um comunicado a desmentir ter maltratado a atriz ou pressionado para que aparecesse nua no filme.

"Embora apreciemos a importância de falar abertamente, estas alegações comprovadamente falsas são diretamente contrariadas por indícios extensos e detalhados, incluindo documentos contemporâneos, filmagens e relatos de testemunhas oculares dos que estava presentes antes, durante e depois da produção de 'Irmãos e Espiões'", diz o comunicado enviado à comunicação social pelos representantes da estrela popularizada por "Ali G" e "Borat".

A equipa também apresentou nove depoimentos anónimos de pessoas da equipa a sustentar que a cena de sexo existia no argumento.