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Os filmes que a Marvel prefere esquecer que existem

L.S.
4 mai 2015 00:00
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Este artigo tem mais de 10 anos
«Vingadores: A Era de Ultron» é mais uma história de grande sucesso da Marvel, mas nem sempre foi assim: existem filmes em que não teve qualquer controlo criativo e são sérios embaraços.
  • Parecia ter tudo a seu favor: afinal, o produtor era George Lucas, que acabara de concluir a sua saga galática e também fora responsável por ressuscitar o espírito dos filmes de aventuras dos anos 40 com Indiana Jones. No entanto, o que se pretendia ser uma divertida paródia de ficção científica com um pato refilão preso na Terra resultou numa produção caótica e caríssima ridicularizada por quase todos que deu grande prejuízo.
  • Uma primeira tentativa mais a sério no género com Dolph Lundgren, no seu período de maior popularidade, mas a produção não consegue disfarçar o baixo orçamento.
  • Após um filme de propaganda em 1944, o filho do escritor J.D.Salinger, Matt, encarnou o Capitão América num filme que teve muitas alterações de argumento, pouco dinheiro e as limitações técnicas da época. Muito criticado, não chegou a estrear em cinema nos EUA, mas a própria Marvel organizou sessões especiais aquando da estreia do primeiro filme protagonizado por Chris Evans.
  • Um filme de baixo orçamento que realizador e atores não faziam ideia que o estúdio não tinha intenção de estrear pois apenas queria impedir o regresso dos direitos das personagens à Marvel. Também não chegou ao mercado de vídeo ou TV, sendo apenas um fenómeno de culto da Internet.
  • Os direitos da personagem fora dos Vingadores pertencem à Universal, que nunca acertou no tom certo tanto no filme realizado por Ang Lee em 2003, que tem grandes admiradores, como no banal relançamento que tentou com «O Incrível Hulk» em 2008, substituindo Eric Bana por Edward Norton.
  • A prestação de Ben Affleck foi muito criticada, mas o filme de Mark Steven Johnson tem muitos problemas: a estrutura da história é uma confusão, as personagens são caricaturas e o tom é completamente errado, apostando mais em ser um filme de aventuras com uma grande história de amor. O presidente da Marvel, Kevin Feige, defende que o «director´s cut» é muito melhor.
  • Na sequência dos sucessos de «X-Men» e «Homem-Aranha», houve uma nova tentativa de recuperar esta personagem após a versão com Dolph Lundgren, agora com Thomas Jane e John Travolta à solta como vilão. O filme foi uma oportunidade perdida e uma terceira adaptação, «Punisher: War Zone» (2008), já praticamente não estreou nos cinemas e é mesmo o pior fracasso baseado numa personagem Marvel. Pelo menos, teve uma consequência positiva: os produtores desinteressaram-se e os direitos voltaram à casa-mãe.
  • O primeiro «Blade» (1998) foi realmente o filme baseado em «comics» em que tudo resultou para o género no cinema. Além disso, lançou a carreira de Wesley Snipes para um outro patamar. E graças a Guillermo del Toro. a sequela manteve a dignidade. No entanto, o terceiro filme tem muito pouco que se recomende: muitas interferências do estúdio e uma estrela com problemas pessoais que deixou de falar com os que o rodeavam, resultaram num caos que descai para a comédia involuntária.
  • A interpretação de Jennifer Garner como Elektra foi um dos poucos elementos bem recebidos de «Demolidor», pelo que o estúdio decidiu apostar num filme apenas com ela. Mas a mercenária tem muito de anti-heroína, o que escapou a quem fazia este projeto. Cenas e diálogos de meter dó, num equívoco que a própria Garner renegou, dizendo que apenas o fez por obrigações do contrato. Os direitos da personagem regressaram à Marvel.
  • Para sermos justos, a Marvel não tem nada de que se orgulhar tanto do primeiro filme como da sequela, «Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado» (2007). São típicas produções impessoais e simplistas de um grande estúdio com muito dinheiro investido apenas nos efeitos especiais que não ficaram para a história. O que, pelo menos, permitiu à FOX regressar à carga, relançando a saga este ano, antes que a Marvel recuperasse os direitos.
  • Mais um exemplo da forma como a Marvel tratava a sua matéria-prima: no início do século, vendeu à Artisan, que acabara de lançar o grande êxito «O Projecto Blair Witch», uma licença para usar personagens menos conhecidas para filmes destinados diretamente ao mercado de vídeo. O primeiro foi o Homem-Coisa, mas os testes de público foram tão maus que ficou dois anos na prateleira até estrear na TV por cabo e ter lançamento muito limitado a nível internacional.
  • Após dois filmes bem sucedidos, tanto a nível comercial como artístico, Bryan Singer resolveu abandonar o posto e Brett Ratner ficou encarregue da realização do terceiro, optando por mais ação e explosões em detrimento da história e das personagens. É o mais mal amado de toda a saga sobre os mutantes.
  • Por esta altura, os estúdios já deitavam mão a tudo o que tivesse a ver com «comics». E Mark Steven Johnson teve aqui uma oportunidade de se redimir de «Demolidor», mas o filme dilui os tons mais negros da história para chegar a mais espectadores e mostra o lado mais canastrão de Nicolas Cage. Foi um sucesso, que deu origem a uma sequela em 2012 mais baratucha e ainda pior que tinha como objetivo principal impedir que os direitos da personagem regressassem à Marvel.
  • Os direitos da personagem pertencem à Sony e com a realização entregue a Sam Raimi, resultaram dois filmes que ficam para a história. Infelizmente, Raimi também está ligado ao terceiro e já reconheceu que falhou na aposta em tantos vilões e dispersão da história. Uma triste despedida dos atores da trilogia original.
  • A Sony avançou com uma nova trilogia pois o prazo para os direitos estava a acabar. O primeiro filme correu bem, apesar de ser conhecido o descontentamento da Marvel por se limitar a contar a mesma história da trilogia de Sam Raimi, mas foi a sequela, que partilha de muitos dos problemas de «Homem-Aranha 3» - excesso de vilões, muita ação e personagens principais mal desenvolvidas - que originou maior insatisfação, como se percebeu pelos mails da Sony que ilegalmente chegaram ao domínio público. Os resultados comerciais não foram tão bons e os estúdios chegaram a um acordo para ver se a personagem recupera o brilho de outrora.
 
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