Em declarações à publicação norte-americana Bedford + Bowery, o realizador explicou que o álbum reúne gravações caseiras do músico, entre as quais uma versão inédita de "And I Love Her", dos Beatles, que surge no documentário "Montage of Heck".

Brett Morgen descobriu as gravações quando estava a fazer pesquisa para o documentário "Montage of Heck" a partir das caixas de arquivo deixadas por Kurt Cobain, disponibilizadas pela família, e que continham mais de uma centena de cassetes.

Depois de ouvir mais de 200 horas de gravações, o realizador escolheu "preciosidades não editadas" para um álbum que, garantiu, irá surpreender as pessoas.

"Vão sentir como se tivessem saído com Kurt Cobain, num dia de verão quente em Olympia, Washington, enquanto ele deambula sem fazer nada. Para ser claro: Isto não é um álbum dos Nirvana, é só o Kurt e vão ouvi-lo a fazer coisas que nunca imaginavam vir dele", afirmou Brett Morgen.

Kurt Cobain suicidou-se aos 27 anos, a 5 de abril de 1994, deixando três álbuns de estúdio gravados com o grupo rock Nirvana, que fundou em 1987.

A vida do músico foi esmiuçada pela imprensa e no cinema, mas o mais recente filme, "Cobain: Montage of Heck", é considerado o mais fiel do percurso do músico, por ter sido autorizado pela família, por conter material dos arquivos dele e depoimentos inéditos das pessoas mais próximas.

"Montage of Heck" é o nome de uma cassete que Kurt Cobain gravou em 1988 com uma colagem de músicas e filmes e que foi descoberta por Brett Morgen, que a considerou uma espécie de mapa para entrar no mundo angustiado e tortuoso de Kurt Cobain.

No filme, o autor de “Smells Like Teen Spirit” deixa claro que nunca quis ser uma estrela do rock nem porta-voz de uma geração de jovens angustiados, deprimidos ou zangados com o mundo. Hiperativo e atormentado, Kurt Cobain dizia que nunca tinha procurado a fama, queria apenas fazer música e tinha medo de deixar de ser criativo.

@Lusa