António Eustáquio é um dos três músicos que tocam guitolão, um instrumento idealizado por Carlos Paredes a partir da guitarra portuguesa, que foi construído por Gilberto Grácio e tocado pela primeira vez em 2005.

Eustáquio, em declarações à Lusa, afirmou que mudou a sua abordagem ao instrumento desde que o começou a tocar e que também o guitolão se adaptou a si.

“Tive de ir domando o instrumento, tirei muito harmónicos, e até algum som estridente. Fundamentalmente, foi na forma de tocar, na maneira de o abordar, apesar de que o instrumento se abriu e começou a adaptar-se à minha forma de tocar”, afirmou Eustáquio.

Os dois músicos começaram a tocar juntos há dez anos, “um processo inverso ao habitual”, disse Eustáquio, segundo o qual “primeiro grava-se e depois apresentava-se em recitais”.

O disco é constituído por nove composições instrumentais, todas de autoria de António Eustáquio, à exceção de “Variações em lá”, que é assinada por Barretto.

Quando compõe, uma das preocupações de Eustáquio é “a parte tímbrica funcionar entre os dois; outra é tentar alguma extensão, tentando utilizar o contrabaixo como suporte mais grave e, depois, o guitolão tenta encaminhar para os médios e agudos, pois também tem alguma riqueza nos agudos”.

O músico salientou que se trata de “um trabalho de dois solistas, em que por vezes acontece um acompanhar o outro, mas é mais uma conversa entre os dois”.

A edição do álbum esteve prevista para a passada sexta-feira, mas "razões técnicas de distribuição levaram ao seu adiamento para segunda-feira", disse fonte da discográfica à Lusa.

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