A iniciativa que começou como um evento dedicado a vários géneros das artes de rua e que depois se especializou em música lusófona é organizada pela Câmara Municipal de Ovar e arranca às 15h00 na referida zona verde do distrito de Aveiro, nas margens do rio Cáster.

Fonte da autarquia afirma que os espetáculos são vocacionados para o público familiar e realça: “O Festa resulta da vontade de celebrar os sons lusófonos. É uma homenagem à palavra cantada em Português e às sonoridades vindas dos quatro cantos do mundo, (…) este ano às voltas por Portugal, Brasil, Cabo-Verde, Moçambique e Angola”.

Sobre os artistas convidados para a edição de 2023, a Câmara começa por referir que a fadista Ana Moura se vai focar no disco “Casa Guilhermina”, enquanto a moçambicana Selma Uamusse irá demonstrar “a sua versatilidade, o seu poderoso instrumento vocal e a sua genialidade” numa atuação que percorre desde o rock ao afrobeat, passando pelo gospel, o soul e o jazz.

Do Brasil, Ovar vai receber Luca Argel, numa escolha relacionada com a celebração de referência desse município: “Sendo o Carnaval o maior evento realizado anualmente em Ovar e o samba uma marca dos desfiles e de vivências diversas ao longo do ano, a apresentação do novo disco do cantautor é um desafio à descoberta da raiz desse género musical”.

Já do coletivo Retimbrar espera-se “uma homenagem à música popular portuguesa com o novo disco ‘Levantar do Chão’”, que resulta de várias colaborações com intérpretes ligados às tradições portuguesas, a grupos de Zés Pereiras e a ranchos folclóricos. Além do concerto, o grupo vai ainda dinamizar uma oficina prévia com o Coro Jovem do Orfeão de Ovar, envolvendo-o depois na dinâmica do espetáculo.

Título de disco e de livro, “Mão Verde” é o projeto seguinte, com música de Pedro Geraldes e lengalengas escritas e cantadas por Capicua. “O nome nasce da expressão francesa ‘avoir la main verte [ter a mão verde]’, que significa possuir jeito para as plantas e talento para a jardinagem”, explica a organização do Festa, anunciando pedagogia ambiental em “canções alegres, com sensibilidade e humor, para falar de agricultura, natureza, alimentação e ecologia”.

O sexto concerto é o da banca cabo-verdiana Monte Cara e alude ao espaço homónimo apontado como o primeiro clube lisboeta focado na cultura africana. A formação estará em palco com o disco “Re: Imaginar Monte Cara” e contará com os músicos Dany Silva e Leonel Almeida como convidados.

Quanto a “Batida”, que é o nome artístico de Pedro Coquenão, mostrará como um percurso em rádio, música, dança e artes plásticas e visuais pode confluir num DJ Set como o que fez desse performer, segundo a organização do festival, “o primeiro artista português e angolano a protagonizar uma sessão do Boiler Room”, projeto londrino de restritas atuações ao vivo para posterior difusão pela internet, por uma audiência mensal na ordem dos 72 milhões de seguidores.