"Não temos pressa para fazer outra coisa", afirmou o baterista Matt Helders durante o festival Summer Sonic, que decorreu no fim de semana passado em Tóquio.
"Este álbum parece um bom momento para uma pausa. Nunca fizemosrealmente uma pausa por tempo indefinido. Não acredito que possamos fazer uma digressão ainda maior", disse o baterista.
O lançamento de "AM" em setembro de 2013 foi recebido com muitos elogios pela crítica internacional. Os espetáculos da atual digressão costumam ser interrompidos por roupas íntimas femininas lançadas ao palco. "Este ano lançaram mais soutiens", brinca Helders. "Elas escrevem os endereços de e-mail nos soutiens", afirma, ainda impressionado com o sucesso internacional.
Os dois primeiros álbuns do grupo - "Whatever people say I am, that's what I'm not" (2006) e "Favourite Worst Nightmare" (2007) - refletiam um rock com algumas influências de rap e reggae, com as letras do vocalista Alex Turner.
Depois, os Arctic Monkeys voltaram-se cada vez mais para os Estados Unidos, com "Humbug" (2009) e "Suck it and see" (2011). Mas foi "AM" o primeiro disco do grupo a consegur um grande sucesso nos Estados Unidos, com direito a concertos esgotados.
"Cada vez que produzimos um disco, tentamos dar um passo em frente. Desta vez talvez tenhamos dado um passo muito grande", disse o baterista. "Algum material do passado não faz tanto sentido ao vivo. Ou não se encaixa tão bem na set list. Mas não temos vergonha de nada. Qualquer pessoa que tinha 18 anos e hoje tem 28 olha para trás e pergunta 'porque é que o meu cabelo era assim ou porque vesti aquilo? Talvez neste momento sejamos a maior banda do mundo, mas eu nunca levei isto a sério. Não acordo a pensar que estou no topo do mundo. Mas não posso reclamar", reflete.
O guitarrista Jamie Cook admite, no entanto, que o som atual do grupo é diferente do registado nos dois primeiros discos. "Há muita influência de R&B neste álbum ", afirma.
'AM' gerou comparações de todos os tipos, do G-funk de Dr.Dre até a banda de apoio de David Bowie nos anos 1970, Spiders from Mars, ou aos Strokes. "Há muito mais 'groove' e provavelmente menos guitarra tradicional de rock. É um álbum divertido de tocar", completou Cook.
O espetáculo do fim de semana convocou 40 mil espectadores do Summer Sonic, que também contou com atrações dos Queen, Kraftwerk, Pixies ou Robert Plant, entre dezenas de artistas.
"O álbum é muito interessante. Tivemos oportunidade de tocar várias canções novas que as pessoas queriam ouvir. Não espero tocar oito das dez novas músicas todas as noites, geralmente os fãs querem ouvir os sucessos antigos", resume Helders.
@AFP
Comentários