O CMW, considerado o maior festival da indústria da música no Canadá, colocou este ano a música de Portugal e de Espanha em destaque.

Nuno Saraiva falava à Lusa quinta-feira à noite, à porta do bar Rivoli, cidade de Toronto, numa das zonas portuguesas, local onde desfilaram as seis bandas lusas presentes do certamente, a começar pelos Youthless, seguindo-se Mikkel Solnado, Mazgani, October Flight, Frankie Chavez e Darko.

O sétimo grupo luso no certame, os Dead Combo, após duas atuações em dias anteriores, haviam já regressado a Portugal.

«Temos artistas que cantam bem em inglês, produzem bem em inglês e têm realmente esse potencial de exportação. É uma coisa recente muito recente em Portugal», enfatizou Nuno Saraiva.

Este responsável adiantou, por outro lado, que as mudanças verificadas na indústria discográfica, nomeadamente com a quebra das multinacionais e o surgimento de etiquetas independentes ajudaram a criar o ambiente propício à internacionalização daqueles géneros musicais.

Para os músicos nacionais, a presença no CMW é uma oportunidade de mostrarem o seu trabalho e de fazerem contactos, como foi o caso do lisboeta Frankie Chavez.

«Foi a primeira vez que participei num festival destes e correu bastante bem. E estou a gostar porque é uma experiência diferente. É o sair da nossa zona de conforto. E isso é bom», afirmou à Lusa este guitarrista multifacetado.

Conforme apontou, tratou-se de uma experiência que lhe permitiu conhecer novos públicos e fazer contatos.

Neste ponto, Nuno Saraiva disse que, apesar de o trabalho dos agentes só começar nas conferências restritas que vão ter nos próximos dias, «até agora a participação portuguesas já conseguiu contatos para eventualmente fazer uma missão deste tipo na China e alguns músicos como Frankie Chavez já foram contatados por duas empresas que estão interessadas em distribuir o seu disco no Canadá».

A organização do CMW havia convidado inicialmente duas dezenas de bandas portuguesas. No entanto, a falta de apoios, incluindo por parte do Governo, impediu que a maioria pudesse estar presente.

«Com ou sem apoios do Governo português, iremos continuar a trabalhar e a participar neste tipo de eventos. Irei tentar nomeadamente apoios da União Europeia», asseverou o promotor.

@Lusa