«A proposta é viajar por uma série de sonoridades e apostando em fazer a diferença pela disparidade de sons, e nesse aspeto procuramos provocar e surpreender», disse à Lusa Karla Campos, produtora executiva do festival que este ano não se alarga nem a Oeiras nem a Mafra.

«Procuramos fazer jus ao nome do festival, Cascais Cool Jazz Alta Mistura, e nesse sentido o festival é cada vez mais soul e pop, não abdicando de uma noite de fado, este ano ao cuidado de Cuca Roseta, a nova relevação que encantou o produtor argentino de super estrelas Gustavo Santaolalla», acrescentou.

O Parque Marechal Carmona será o principal palco do CoolJazzFest cujos sons se farão também escutar no Hipódromo Manuel Possolo e no Parque Palmela. Com um orçamento de cerca de um milhão de euros o Festival conta com vários mecenas e o apoio da câmara de Cascais, «na medida em que o Festival traz à vila muita gente e é um dinamizador da economia local».

«Vem gente do norte, nomeadamente do Porto, e um considerável número de espanhóis, principalmente da Extremadura», disse Karla Campos. Seal, Maria Rita, Aloe Blacc e Jamie Cullum que encerra o Festival, no dia 29 de junho são as cabeças de cartaz de um festival «que dá cada vez mais destaque à música portuguesa», disse a responsável.

Referindo-se a Jamie Cullum, Karla Campos recordou que foi neste festival, em 2003, e também em Cascais, que o cantor e músico se estreou em Portugal, «sendo hoje um sucesso e seguramente dos espetáculos mais esperados e que esgotará».

«Cresceu muito em Portugal e este novo disco que vem apresentar, «The Pursuit», é mais enérgico com um fundinho de jazz, mas mais pop e mais transversal», disse. Este não será, provavelmente, o único espetáculo a esgotar aposta em preços acessíveis (25 euros) «proporcionando um ambiente mais calmo e tranquilo e que permite estar mais tempo com os artistas».

«O que acontece por norma, e porque este é um festival de nichos de mercado, que cada pessoa escolhe dois ou três espetáculos», rematou.

O cartaz do Festival inclui vários nomes portugueses, nomeadamente a preencher a primeira parte de alguns concertos, casos dos Cais do Sodré Funk Connection, logo no dia de abertura, mas ainda, entre outros, Luis Barrigas Trio, vencedor do CoolJazz Talent do ano passado e que antecederá a atuação da Orquestra de Jazz de Matosinhos que será dirigida por Maria Schneider, no dia 15, antecipando o concerto que acontecerá dois dias depois em Coimbra, no âmbito do Festival das Artes.

«É um luxo e um privilégio ter a nossa grande orquestra de jazz portuguesa reconhecida internacionalmente e a Schneider que traz com ela o trompetista do Vanguard Village, de Nova Iorque», referiu Karla Campos. Cuca Roseta canta no dia 22 no Parque Palmela, e tendo como convidados especiais Ana Moura e Tiago Bettencourt.

Luísa Sobral que este ano editou o álbum de estreia fará a primeira parte do concerto de Jamie Cullum, e Adriana que editou também este ano o seu segundo álbum antecederá a atuação de Seal no dia 21 no hipódromo Manuel Possolo. Os Ciganos de Ouro atuam dia 10 no Parque Marechal Carmona, na primeira parte de Diego, el cigala, «uma grande nome de Espanha, absolutamente original e autêntico flamenco», disse Karla Campos.

O cartaz completo do festival, disponível aqui, inclui ainda Madeleine Peyroux que regressa este ano ao Festival, para atuar com o brasileiro Pierre Aderne com o qual colaborou no álbum «Água Doce» e Mayer Hawthorne que atuou o ano passado no SuperBock SuperRock.

«O Mayer é «one man show», compõe, escreve, mistura, produz, e tem uma sonoridade de soul ao nível dos finais da década 1960, princípios da de 1970. A forma de estar em palco é muito retro com um «swing» muito interessante e é uma revelação da soul», disse.

No total, até dia 29 deste mês, em quatro palcos de Cascais, realizam-se 12 espetáculos que proporcionam sons desde o jazz à pop, passando pela soul, o fado, o flamenco e a música popular brasileira.

SAPO/Lusa