O Castelo dos Mouros reabriu recentemente ao público, após obras de valorização orçadas em 3,2 milhões de euros, que envolveram escavações arqueológicas, que trouxeram à luz do dia antigas sepultaras medievais, alicerces de casas muçulmanas e objetos do período pré-histórico.

Do plano de obras fez ainda parte a instalação de "nova iluminação cénica das muralhas", segundo a mesma fonte.

O cartaz marroquino inclui música, gastronomia, artesanato, fotografia, tatuagens de hena e oficinas de caligrafia árabe, e “tem como objetivo promover a cultura daquele reino alauita num dos locais mais apropriados para o efeito, dado o seu passado histórico”, disse à Lusa fonte da PSML.

“Os visitantes serão recebidos num cenário marroquino, marcado pela presença de artesãos e artistas que viajam de Marrocos a convite da respetiva embaixada, bem como pelos sons, cheiros e sabores inconfundíveis do país”, disse a mesma fonte.

O Castelo estará aberto durante a noite, até às 23:00, nos dias 6, 11, 13 e 14, de setembro, “com um ‘buffet’ preparado por 'chefs' marroquinos e com concertos de música gnawa”. “A música gnawa consiste numa mistura de sonoridades da região subsariana, berbere, árabe com canções religiosas. Combina música e dança acrobática, e as influências que a formaram podem ser atribuídas à África subsaariana, especificamente ao Sahel, estando a sua prática concentrada no Norte de África, principalmente em Marrocos”, explicou a mesma fonte. O grupo musical Gnawa Al Baraka, que atuará todas as tardes, é especializado em músicas gnawa e árabe, com composições tradicionais desde o Magrebe até ao Egipto.

Do programa consta também apresentações de gastronomia marroquina pelos “chefs” Hassan Agouzoul, e Al Houssine Anssis.

Na cisterna do castelo, que é foi agora aberta ao público, estará patente a exposição “Fantasia” do fotógrafo Mustapha Meskine, vencedora do Grande Prémio da Sociedade National Geographic, em 2008.

O Castelo dos Mouros faz parte da Paisagem Cultural de Sintra, classificada como Património Mundial pela UNESCO desde 1995, e foi visitado por cerca de 269.000 pessoas, no ano passado, segundo dados da PSML.

O Castelo dos Mouros foi arrendado em 1840 por D. Fernando II, marido da Rainha D. Maria II, tendo sido alvo de intervenções de recuperação, segundo o estilo romântico da época. “Cerca de um século mais tarde foi objeto de novas obras, enquadradas nas grandes reformas dos monumentos nacionais e manteve-se sem grandes alterações até aos dias de hoje”, lembra a Parques de Sintra-Monte da Lua.

@Lusa