Acompanhados pela Royal Orquestra das Caveiras (Ana Araújo no piano; João Cabrita, João Marques e Jorge Ribeiro nos metais; Alexandre Frazão na bateria), deram um concerto avassalador, inebriante, para os privilegiados que encheram o S. Jorge. Cerca de 20 temas ao longo de duas horas de espectáculo (podem ver o alinhamento nas fotos), durante as quais se lançaram a composições mais e menos antigas, a maior parte com roupagens novas dada a presença da Orquestra.

A curiosidade para ouvir aquelas canções neste formato era muita, e pelas reacções não goraram expectativas. Sobretudo por culpa de Alexandre Frazão, a partir a loiça de tal maneira que chegamos a pensar se as músicas não deviam ter sido sempre assim. "Eléctrica Cadente" foi bom exemplo, se na versão original já era banda sonora perfeita para, imaginemos, uma perseguição, ontem o perseguidor tinha mais três fileiras de dentes e uma faca de talhante na mão. Um verdadeiro monstro.

Noutros momentos, como n"O Assobio" (dedicada ao "pessoal dos andaimes") ou "Lisbon/Berlin", gravada originalmente com Carlos Bica, gera-se outra paz, Nesta útima a trompete de João Marques, a guitarra de Tó Trips e o contrabaixo de Pedro Gonçalves, num dos poucos temas em que o vemos tocar com arco, fundem-se em perfeita harmonia.

E diga-se que a coisa até começou como noutras ocasiões - Tó Trips na guitarra e Pedro Gonçalves no contrabaixo sozinhos em palco a destilarem o seu fado-punk-blues sujo, sob uma iluminação parca mas belíssima (kudos para Margarida Moreira). Pelo meio dos temas, sempre que se dirigiram ao público, demonstrações de uma humildade extraordinária, ao confessarem-se aparvalhados por terem casa cheia, por nunca terem tocado para tanta gente.

A paga por tudo isto, como seria de esperar, foram ovações de pé muito sentidas, no final do primeiro bloco do concerto e do encore que se seguiu. Quem puder vê-los nas Caldas, dia 20, que não perca a oportunidade.

Veja abaixo algumas fotos do concerto.

Texto e fotos @Puto da Objectiva