"É o campeonato mais importante para os DJ de música urbana, o que tem mais visibilidade e é um sonho, é a primeira vez que vou ao Japão, onde estão muitos nomes que admiro", afirmou o DJ à agência Lusa.

O "Red Bull Thre3style", que vai na sexta edição, distingue o DJ que demonstre as melhores capacidades técnicas na manipulação do gira-discos e mesa de mistura e que ao mesmo tempo consiga por uma plateia a dançar.

DJ Ride, de 30 anos, há 12 a praticar "scratch" (movimentar com as mãos um disco de vinil num gira-discos e ao mesmo tempo manipular a mesa de mistura), concorreu a um lugar neste campeonato com um vídeo de cinco minutos, feito em casa, no qual demonstra o que pode fazer musicalmente com aquele equipamento.

Foi a terceira vez que DJ Ride concorreu a uma espécie de semi-final do campeonato, aberta a países que não participam habitualmente nas fases de apuramento para a final, como é o caso de Portugal.

"Eu mandei o vídeo, mas sinceramente nem tinha muita expetativa desta vez. Mandei uma coisa mais técnica, fiz em quatro dias na sala de minha casa que está também transformada em espaço de trabalho", descreveu o músico.

DJ Ride é o nome artístico do músico e produtor Oliveiros Tomás Oliveira, um dos mais elogiados e respeitados nomes do universo hip hop português.

Detém uma mão cheia de distinções em competições, uma delas a de campeão mundial de "scratch", obtida em 2011 na Polónia juntamente com Stereossauro na dupla Beatbombers.

Com uma agenda preenchida com atuações, tanto no inverno como no verão - na quinta-feira atuou nos Açores, no sábado estará no festival Sudoeste, na Zambujeira do Mar -, o restante tempo é dedicado ao treino e ao trabalho de estúdio.

"Já fiz treinos de oito horas seguidas, mas há dias em que faço duas ou três. É como tocar um outro instrumento, é preciso trabalho", disse o DJ que se define como um músico experimental que tentar contar uma história com um "set".

Em setembro, DJ Ride nem sabe bem ainda em que consiste o prémio do "Red Bull Thre3style", mas o principal é visibilidade. Sabe que terá cerca de 15 minutos para mostrar o que vale e que possivelmente vai incluir música portuguesa.

"Ganhar é secundário. O maior prémio é poder mostrar o que faço. Ando nisto há doze anos e um dos objetivos é tocar lá fora", afirmou.

Na escolha de DJ Ride para o campeonato em setembro no Japão, o produtor Skratch Bastid, do júri, elogiou, por exemplo, o "equilíbro entre a técnica e a musicalidade" demonstrado pelo português, lê-se na página oficial do campeonato.

Em Tóquio, DJ Ride irá disputar o título com DJ dos Estados Unidos, Japão, Canadá, Alemanha, Brasil, Chile, Suíça, Filipinas, Polóniia, Albânia, Kossovo, Azerbeijão, Tailândia, Coreia do Sul, Taiwan e Letónia.

Entre os discos já editados, DJ Ride conta, em nome próprio, com registos como "Turntable food", "Beat journey" e "Life in loops".

@Lusa

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