O álbum, que sucede a “Fado Azul”, disco de estreia da intérprete, saído em 2011, é editado no Japão, França e Reino Unido, “seguindo-se outros países europeus”, segundo a mesma fonte. O disco foi editado em Portugal no início deste ano.

O crítico de música João Gobern, referindo-se a este segundo álbum da fadista, escreveu que “os arranjos continuam simples, a seleção mantém-se soberba, as novidades arrebatam", e salienta os temas "Sem-Abrigo”, de autoria de João Gigante-Ferreira e João Black e "o antológico ‘Porto-Porto‘",de Gigante-Ferreira e Samuel Cabral. Gobern destaca ainda as versões dos temas “Formiga Bossa Nova” e “O que tinha de ser“, respetivamente, dos repertórios de Amália Rodrigues e Vinicius de Moraes. Para o crítico, "a inquietação da fadista amadureceu, mas não baixou a pulsação [e] continua ao compasso do coração, apaixonado".

“Fado dos Dias Assim” é constituído por 16 temas, entre eles, “Saudade da prosa”, de Manuel António Pina, poeta falecido em 2012, que Paulo Jorge Rodrigues musicou.

Em declarações à Lusa, Helena Sarmento referiu “a dificuldade” de musicar o poeta portuense, "dada a especificidade da métrica".

De Joaquim Sarmento, autor do romance “O Deus da Ausência”, a fadista escolheu o poema “O nó do nosso segredo”, que interpreta na melodia do Fado Bailado, de Alfredo Marceneiro.

“Este é um álbum mais pensado e próximo de mim”, disse a fadista à Lusa, que voltou a apostar nas melodias tradicionais, e regista apenas três inéditos, letra e música, no disco, com Gigante-Ferreira a assinar 11 letras, entre elas, “Manifesto breve contra a guerra ou qualquer outra pena de morte”, tema que já incluíra no alinhamento do seu álbum de estreia, mas desta vez interpretado na melodia do Fado Tango, de Joaquim Campos.

A fadista é acompanhada à guitarra portuguesa, por Samuel Cabral, à viola, por Paulo Faria de Carvalho, no violoncelo por Susana Castro Santos e ao piano por Isabel Cristina Castro no tema de Vinicius, “O que tinha de ser”.

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