Em declarações à agência Lusa, o coordenador do Porto Pride, Diogo Vieira da Silva, adiantou hoje que o evento vai realizar-se nos dias 7, 8 e 9 de julho no Parque da Pasteleira, local cedido pela Câmara Municipal do Porto.
“Não é a solução ideal”, referiu Diogo Vieira da Silva, acrescentando que, ao contrário de 2019, o festival não poderia realizar-se no centro da cidade “devido às obras do Metro” e consequentemente, “condicionantes à circulação”.
A organização tentou ainda que o Porto Pride se realizasse na cobertura da estação de metro da Trindade, mas, apesar da “disponibilidade” da direção da Metro do Porto, o local “não suporta o peso de mais de 2.000 pessoas, sem incluir estruturas”.
À Lusa, Diogo Vieira da Silva adiantou ter já visitado o Parque da Pasteleira com a restante equipa do Porto Pride e que, apesar do espaço ser “fantástico”, colocam-se problemas quanto ao acesso e segurança.
“Foi uma preocupação que transmitimos à autarquia”, afirmou o responsável, quando questionado sobre a insegurança relatada naquela zona, sobretudo por moradores, devido ao consumo e tráfico de droga.
Já quanto ao acesso ao Parque da Pasteleira, o responsável adiantou que a organização vai, juntamente com a Câmara do Porto, “tentar reforçar os transportes públicos para o local ou criar modelos dedicados de transporte para os três dias”.
Diogo Vieira da Silva criticou ainda a falta de apoio das entidades públicas à realização do evento.
“Vamos ter o apoio logístico e de palco por parte da Ágora [empresa municipal dedicada à Cultura e Desporto], mas isso não chega”, defendeu, dizendo não perceber como é que um festival gratuito, como o Porto Pride, não tem apoio financeiro da autarquia que, por sua vez, “vai apoiar com 600 mil euros o [Festival] Primavera Sound”.
Em resposta à Lusa, fonte da presidência da Câmara do Porto adiantou que "este é local disponibilizado, se não quiserem [organização] têm de ir procurar noutro concelho".
De acesso gratuito, este é o primeiro ano em que o Porto Pride decorre durante três dias e que promove um ciclo de conferências – ‘Porto Pride Summit’ -, no qual vão ser abordadas temáticas “fundamentais” para a comunidade LGBTQI+, tais como, ativismo, empresas e política.
O Porto Pride realiza-se na cidade desde 2001, à época num formato “à porta fechada” e diferente do atual. Entre 2012 e 2018 houve um “hiato”, tendo o festival sido “recuperado” em 2019, ano em que passaram pela Praça D. João I mais de 12 mil visitantes.
Devido à pandemia da COVID-19 e inflação, o festival não se realizou nos últimos três anos, mas Diogo Vieira da Silva estima que seja ultrapassado o número de visitantes da última edição.
“Esperamos no mínimo receber 15.000 pessoas, mas se correr como planeado, acreditamos que vamos receber 35 a 40 mil visitantes”, referiu.
Durante os três dias, Diogo Vieira da Silva adiantou que no Parque da Pasteleira é esperada muita “música, diversão, espaços culturais, espaços de animação e concursos de ‘drag queen’”, estando já confirmada a atuação da cantora angolana transexual Titica.
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