O evento é organizado pela Academia de Música de Espinho e, numa antecipação à Lusa, o diretor artístico do certame afirma: "Desde 1964, aprendemos, crescemos, amadurecemos, ganhámos um espaço. Mantendo algumas linhas mestras de sempre, o FIME atual apresenta algumas diferenças e, se é verdade que continuamos a ser uma equipa pequena, mas ágil e coesa, também é um facto que temos agora a marca da diversidade na programação".

João Pedro Santos admite assim que uma das mudanças nesta edição do evento é que, "pela primeira vez, há uma intenção clara de abrir o festival à cidade de Espinho".

Esse alargamento ao público concretizar-se-á em três espetáculos, o primeiro dos quais tem entrada livre e traz o flamenco do septeto de Juan Carmona ao Parque João de Deus, a 28 de junho.

Os outros dois concertos que saem do cenário habitual do auditório da Academia irão verificar-se na Capela da Nossa Senhora da Ajuda, a 11 de julho, e na praça em frente à Câmara Municipal de Espinho, a 25 do mesmo mês.

No primeiro caso, o espetáculo é pago e apresenta Florian Birsak no cravo e Sergey Malov no violoncello da spalla, que tem a particularidade de ser executado com o instrumento apoiado no ombro. No segundo caso, o concerto é o do encerramento do festival, volta a ser gratuito e é protagonizado pela Orquestra Clássica de Espinho, com direção do maestro Rui Pinheiro e o solista holandês Carel Kraayenhof no bandoneón.

Todos os restantes espetáculos da 40.ª edição do FIME estão anunciados para o Auditório de Espinho, começando pela pianista russa Yulianna Avdeeva, que, a 27 de junho, dará a conhecer os motivos pelos quais foi a vencedora do Concurso Chopin 2010.

Segue-se o Brodsky Quartet a 3 de julho, com um repertório concentrado em dois compositores menos ouvidos nas salas portugueses - o polaco Andrzej Panufnik e o norueguês Henning Kraggerud.

A 6 de julho é dia de Festival Júnior e o palco cabe a "Bach Be Cue", com que o serviço de animação da Casa da Música irá demonstrará aos espetadores mais jovens o que acontece quando esse compositor alemão inspira o trabalho de uma churrascaria. No mesmo dia o Auditório recebe também a violinista alemã Isabelle Faust com o cravista Kristian Bezuidenhout.

O programa continua no dia 10 com os "Berlin Comedian Harmonists", que João Pedro Santos descreve como o coletivo que "pretende recordar e homenagear o grupo vocal que fez furor na Alemanha nos anos 20 e 30"; e a 13 regressa ao auditório o Festival Júnior com a versão original de "Babar, o pequeno elefante", pela Escola de Música do Conservatório Nacional.

A Orquestra Gulbenkian apresenta-se no dia 17 de julho, dirigida pelo maestro Pedro Neves e tendo como solista o oboísta François Leleux, que o diretor artístico do FIME se arrisca a definir como "parte do Top 5 da música clássica".

O festival faz-se ainda do Remix Ensemble Casa da Música, a 18 de julho; do duo composto pelo violoncelista Alexander Kniazev e pelo pianista Giovanni Belluccci, a 19; e do grupo de jazz liderado pelo camaronês Richard Bona, a 24.

"A exemplo dos anos anteriores, em que quase todos os concertos tiveram lotação esgotada, acreditamos que, também em termos de público, o sucesso se repetirá este ano", conclui João Pedro Santos.

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