"Em termos de música eletrónica, muito em breve a Ásia vai ultrapassar os Estados Unidos. Os melhores DJs do mundo estão todos a vir para cá", disse Ruben de Almeida à agência Lusa em Pequim, última etapa de um périplo que incluiu Bali, Jacarta e Xangai.

Foi o segundo DJ português a atuar na China em menos de um mês, depois de Diego Miranda, em novembro passado.

Ruben de Almeida e Diego Miranda são também os únicos portugueses entre os "100 Top DJ" do mundo selecionados por uma revista britânica da especialidade, ocupando o 42.º e 70.º lugares da lista, respetivamente.

"Aqui, as pessoas e os clubes estão muito entusiasmados por receber DJ estrangeiros", afirmou Kura.

Em Pequim, capital de um país oficialmente socialista e em que o "papel dirigente" do Partido Comunista permanece um "princípio cardial", a animação noturna é também uma nova indústria e um foco de atração para a emergente burguesia local.

Só em torno do icónico Estádio dos Trabalhadores, na zona oriental da cidade, há mais de uma dezena de nightclubs e discotecas, quase todos abertos na última década, e, a avaliar pelo parque automóvel estacionado nas imediações, a clientela não é propriamente proletária. "Nota-se que as pessoas se preocupam com o vestuário e a imagem e que se arranjam muito bem para ir às discotecas", constatou Ruben de Almeida.

A vida noturna em Pequim também começa e acaba mais cedo do que nos países europeus. "Em Portugal as pessoas só chegam às discotecas depois das 03:30. Antes estiveram nos bares. Na China, atuamos da meia-noite às duas da manha, o que acho mais positivo", disse Ruben de Almeida.

Quanto ao equipamento, nomeadamente luzes e sistema de som, o DJ português diz que é "impecável" e "ao nível de qualquer clube internacional".

Ruben de Almeida, 26 anos, atua com crescente frequência no estrangeiro, mas diz que não quer "desligar-se" completamente do seu país: "É em Portugal que ainda sinto o maior carinho".

Até ao final do ano, incluindo o réveillon, Kura estará em Portugal. Depois, irá ao Luxemburgo, Suiça e outros países europeus e, a seguir, voltará à China: "Adorei estar aqui", diz.

A "Electronic Dance Music" também já não tem fronteiras: "É algo de global, que chega a todo o lado mais ou menos da mesma maneira", garante o DJ.

@Lusa