Além dos artistas oriundos de Portugal, a 6.ª edição do festival, que vai decorrer de 10 a 27 de junho na capital francesa, reúne de novo nomes oriundos de Itália e Grécia e, pela primeira vez, da Polónia e da Turquia.
O regresso de Portugal, Grécia e Itália ao cartaz é justificado com o "compromisso" do fundador do festival, Emmanuel Demarcy-Mota, de fazer um trabalho de "continuidade" e para "mostrar que existe um sul da Europa e que esse sul é importante do ponto de vista da criação artística", como afirmou à agência Lusa.
"Numa situação de crise como a que atravessa a Europa, em particular a crise portuguesa, é importante apoiar a circulação dos artistas portugueses para mostrar a vitalidade da criação artística no teatro, dança, música, especialmente com a nova geração", disse à Lusa o diretor lusodescendente do Théâtre de la Ville.
O festival vai apresentar oito espetáculos de teatro, três de dança, cinco criações para crianças, três concertos, uma instalação/performance, ateliês e conferências, numa dezena de espaços culturais da capital francesa, com o Théâtre de la Ville, no centro da programação.
O espetáculo de abertura oficial fica a cargo da portuguesa Gisela João, a 11 de junho, no Thêatre de la Ville, naquela que constitui a estreia da fadista em Paris, apresentada como "encarnando a renovação [do fado], ao interpretar um repertório que inclui tonalidades diferentes: canções de autor, jazz e mesmo pop".
Ainda na música, o programa destaca a participação de David Santos, conhecido como noiserv, que vai estrear o projeto "Música para o mundo tocar", na Cité Internationale Universitaire de Paris, a 13 e 14 de junho, uma peça concebida em residência com outros artistas que vai ser interpretada, ao mesmo tempo, em 40 pianos de 40 casas da cidade universitária.
Noiserv vai deslocar-se também a várias escolas primárias de Paris, de 10 a 12 de junho, para animar ateliês musicais com crianças, num trabalho que será apresentado em concerto a 14 de junho, no Thêatre de la Cité Internationale.
Os "Concertos para bebés" de Paulo Lameiro voltam a estar programados nesta edição, a 21 de junho no Thêatre des Abbesses, depois de, no ano passado, a greve no setor do espetáculo ter levado ao cancelamento dos concertos.
O coreógrafo Marco da Silva Ferreira também vai regressar ao festival com "Hu(r)mano, a 20 de junho, no Atelier de Paris - Carolyn Carlson, depois de ter subido ao palco em "Hoje", de Tiago Guedes, nos "Chantiers" de 2014.
No teatro, a companhia Mala Voadora também regressa ao festival com "Hamlet, o mau quarto", a 12 e 13 de junho, no Thêatre de la Cité Internationale, depois de ter feito parte da programação de 2013, com "What I Heard about the World".
O Teatro Praga é convidado pelo terceiro ano consecutivo e vai apresentar o espectáculo para crianças "Hamlet sou eu", de 18 a 20 de junho, na sala Monfort, depois de ter levado ao festival "Eurovision" e "Discotheater", em 2013, e "Tear Gas", em 2014.
O encenador Rogério de Carvalho, do Teatro Griot, vai apresentar "As verdadeiras confissões de um terrorista albino", a 26 de junho, no Carreau du Temple, num espetáculo descrito como "uma leitura deslumbrante das memórias de Breyten Breytenbach, poeta, escritor e pintor sul-africano que, desde o início dos anos 60 combateu no regime do 'apartheid'", com "sete atores que são o corpo e a voz de um testemunho comovente que faz hoje eco de todas as lutas pela liberdade de expressão".
Cada um dos sete atores assume a experiência de prisioneiro do 'apartheid', do escritor e ativista sul-africano Breyten Breytenbach, que esteve detido pelas forças do seu país, durante sete anos, na década de 1970.
A peça foi apresentada em Lisboa, em setembro do ano passado, no âmbito do programa Próximo Futuro, da Fundação Calouste Gulbenkian.
@Lusa
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