Quando perguntamos às fãs o que torna a K-Pop única, não hesitam em apontar os ídolos que não só são escolhidos a dedo, como treinam anos a fio antes de formar uma banda e se dedicam de forma intensa ao seu trabalho.

“A K-Pop funciona por empresas e cada empresa tem vários grupos”, começa por contar Bárbara Moreira, também ela um membro ativo do movimento I Love K-Pop. Estas empresas fazem todos os meses audições em que aparecem milhares de jovens que tentam a sua sorte. Os selecionados treinam durante anos com o sonho de integrar uma banda, o que nem sempre acontece. “Para se poder formar um grupo têm de ser os melhores trainees dessa empresa”, diz Jéssica. Os outros acabam por “ser bailarinos, modelos, ou atores”, conclui Bárbara.

A vida não é fácil para estas jovens estrelas, a quem é exigida uma entrega total e um comportamento exemplar. “Um escândalo pode destruir completamente a carreira de um ídolo”, conta Jéssica.

Este é outro fator distintivo do K-Pop, onde os ídolos “estão a representar uma imagem e tentam ao máximo não denegri-la entrando em escândalos”, diz Bárbara, um estilo de vida muito distante daquele que está muitas vezes associado às estrelas da música norte-americana.

Para manter a ordem, os artistas K-Pop vivem juntos nos dormitórios das empresas, dedicam-se completamente à carreira e, caso coloquem um pé em falso, são afastados imediatamente de tudo o que a banda esteja a promover naquele momento. “Os fãs são muito exigentes”, conclui Jéssica.

Uma coisa é certa, a K-Pop é um indústria de peso na Coreia, de tal forma que já se pode considerar que faz parte da cultura do país e, garante Bárbara, “gostando da K-Pop as pessoas acabam por gostar da cultura coreana e vice versa”. E as fãs deixam um aviso: “quando começares a ouvir K-Pop, não vais conseguir parar”.

Se ainda não conhece este fenómeno, bem maior que o hit de Psy, "Gangnam Style", é sempre possível matar a curiosidade aqui.

@Inês Alves