O concerto está marcado para quarta-feira, no espaço dos Maus Hábitos, pelas 21:30, e cantora de origem francesa, radicada em Londres, promete revelar alguns temas do seu próximo álbum, que irá suceder a “The Trip” e “Silencio”, lá para meio do próximo ano.

Laetitia Sadier terá a acompanhá-la o percussionista Emmanuel Mario e o baixista Xavi Muñoz e para além dos seus dois primeiros álbuns o trio deverá ainda interpretar temas de um outro seu projeto, Monade. “Não esperem é que seja um concerto dos Stereolab, a banda terminou”, afirmou, peremptória, em entrevista à agência Lusa.

A cantora acha que as suas canções a solo “merecem uma oportunidade” e apela às pessoas que as oiçam: “Pode ser que as achem boas, que alimentem a vossa alma”.

Essa pelo menos foi a opinião da revista digital Pitchfork que deu 8,2 em 10 a “The Trip”, aquando da sua publicação em 2010, afirmando ser um trabalho “de tirar o fôlego, uma rica coleção de baladas subtis e sinuosas melodias que afasta o frenesim perturbador (…) dos seus grupos anteriores para expor a beleza humana da sua voz”.

Laetitia Sadier, apesar de ser uma multi-intrumentista considera-se acima de tudo uma “cantora” e não gosta de ser “etiquetada”. “Não há nada mais redutor para um artista do que ser colocado numa caixa com uma etiqueta. A arte é uma coisa muito mais livre e aberta e desejavelmente não tão identificável como um produto”.

As suas músicas pop têm ressonâncias da música psicadélica, do “kraut-rock”, mas também da música brasileira, nomeadamente da bossa-nova, onde a cantora sente a fusão da universalidade do fado e da música africana, com a qual se identifica.

E não poupa adjetivos ao género português: “O fado é uma música extremamente harmoniosa, como um certo tipo de vozes e, para mim, é muito universal, porque toca naquela melancolia, naquele vazio que todos temos e é sobre saudade, querer estar longe mas querer estar em casa, um paradoxo, muito rico, muito humanamente profundo”.

Uma universalidade que a cantora também identifica na “música africana, que é também muito universal, muito primordial do que é ser humano”.

O seu próximo álbum deverá ser “muito baseado em teclados”, aproveitando a coleção de velhas máquinas que o namorado tem colecionado a partir do eBay, mas também com “slide guitar” e guitarra havaiana, “um instrumento fantástico”.

@Lusa