Leonard Cohen, nascido em Montreal em 1934, criou «um imaginário sentimental em que a poesia e a música se fundem num valor inalterável» que influenciou «três gerações em todo o mundo», referiu.
O músico e poeta, licenciado em Literatura e admirador de Federico García Lorca, era um dos três finalistas do galardão espanhol, ao lado da escritora canadiana Alice Munro e do romancista inglês Ian McEwan.
Considerado um dos mais importantes nomes da música popular do século XX, Leonard Norman Cohen viu agora reconhecido o trabalho enquanto poeta e romancista, muito para lá da composição musical.
Nascido em Montreal a 21 de setembro de 1934, Leonard Cohen é autor de músicas que versam sobre amor, espiritualidade, religião, numa toada de melancolia, cinismo e provocação. Mas ainda antes de ser conhecido como escritor de canções, Leonard Cohen tinha já ambições literárias.
«Let us Compare Mythologies», o primeiro livro de poesia, foi publicado em 1956, seguindo-se em 1963 o romance «O Jogo Favorito», editado em Portugal em 2010, e o de poesia «Flowers for Hitler» (1964).
Em Portugal estão também publicados «Filhos da Neve» e «O Livro do Desejo», que reúne poemas dispersos escritos ao longo dos últimos vinte anos, alguns dos quais durante um retiro budista de Cohen nos Estados Unidos e na Índia.
Alguns dos poemas desse livro foram adaptados para letras de canções, o que significa que para Cohen a composição musical e a literária se alimentam mutuamente. «As suas canções revelam uma qualidade literária rara, no mundo da música popular, e a poesia e a prosa demonstram uma profunda musicalidade», sublinha a biografia oficial do músico.
Judeu e monge budista, conhecido pelo nome «Jikan» (que significa «silêncio»), Leonard Cohen esteve 15 anos ausente dos palcos, tendo voltado a atuar em 2008, no âmbito de uma digressão internacional que o fez passar por Lisboa por três vezes, até 2010.
Os álbuns «Songs of Leonard Cohen» (1967), que inclui os temas «So long, Marianne» e «Sisters of Mercy», e «Songs of Love and Hate» (1971) são dois dos mais importantes da sua discografia.
O Prémio Príncipe das Astúrias das Letras tem um valor monetário de 50 mil euros e será entregue ao laureado, assim como aos vencedores nas outras categorias, em Outubro em Oviedo, Espanha, pelo príncipe Filipe de Espanha.
Em anos anteriores, o prémio foi atribuído a autores como Amin Malouf (2010), Mario Vargas Llosa, Camilo José Cela, Doris Lessing, Arthur Miller, Susan Sontag, Paul Auster e Amos Oz.
SAPO/Lusa
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