O emotivo pedido da artista soma-se ao de várias personalidades russas e estrangeiras, que defendem as integrantes da banda e consideram desproporcionais as acusações e a sua prisão provisória de cinco meses.

"Sei que há vários lados de uma história", declarou Madonna, considerando valente a atitude das jovens da Pussy Riot, no dia 21 de fevereiro na Catedral do Cristo Salvador de Moscovo.

Para além do concerto na noite de terça-feira, 7 de agosto, em Moscovo, a cantora norte-americana dará outro concerto esta quarta-feira, 8 de agosto, em São Petersburgo.

"As três meninas - Masha, Katia, Nadia - fizeram algo corajoso, mas parece-me que já pagaram o preço. Rezo pela liberdade delas", disse Madonna, referindo-se a Nadejda Tolokonikova, de 22 anos, Yekaterina Samutsevich, de 29, e Maria Alejina, de 24, acusadas de vandalismo e de incitação ao ódio religioso.

Na terça-feira, o Ministério Público de Moscovo pediu três anos de prisão para as três raparigas no tribunal Jamovnicheski de Moscou, de acordo com o representante do Ministério Público, Alexandre Nikiforov.

"O crime é grave e considera-se que a sua correção só é possível em condições de isolamento da sociedade. A punição necessária deve ser uma verdadeira privação da iberdade", disse no tribunal.

Violeta Volkona, advogada de uma das acusadas, anunciou que recorrerá ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem para denunciar os maus tratos que, segundo ela, as jovens sofreram, como alimentação inadequada e humilhações.

Madonna desejou que "o tribunal demonstre clemência e que estas mulheres sejam libertadas em breve", de acordo com a imprensa russa. O pedido levou alguns fiéis da Igreja Ortodoxa a pedir o cancelamento dos espetáculos.

Próximo das eleições de março, as três integrantes do grupo entraram na Catedral de Cristo Salvador com os rostos cobertos, guitarras e um equipamento de som e cantaram uma "oração punk" contra Putin, que disputava o terceiro mandato.

Para alguns críticos, o julgamento faz parte de uma campanha mais ampla contra a crescente oposição a Putin, que voltou ao Kremlin no dia 7 de maio.

@SAPO com AFP