“Close to you”, com edição da JACC Records, conta com oito temas e sucede a “Sol”, editado em 1991, refere a editora num comunicado hoje divulgado.
Maria João e Carlos Bica começaram a tocar juntos na década de 1980, tendo editado ainda “Conversa”, em 1986. A JACC Records recorda que, “depois de 10 anos a tocarem juntos e muitos concertos pelo mundo fora, os seus caminhos separaram-se”.
“Passados mais de 35 anos sobre os primeiros encontros, Maria João e Carlos Bica voltam a partilhar um projeto musical, desta feita com a cumplicidade de alguns dos mais talentosos músicos de uma nova geração na cena portuguesa, como João Farinha, Gonçalo Neto e André Santos”, lê-se no comunicado.
No álbum, são revisitadas “algumas das mais incríveis canções do cancioneiro anglo-saxónico”, como “Woodstock”, de Joni Mitchell, “Norwegian Wood”, dos The Beatles, e “What a wonderful world”, popularizada por Louis Armstrong, bem como temas originais.
Em abril de 2019, Carlos Bica e Maria João reencontraram-se em palco, 25 anos depois da última vez. Desde então, voltaram a tocar juntos várias vezes, tendo os temas de “Close to you” sido gravados nesses concertos, entre setembro de 2019 e agosto de 2021.
O álbum é apresentado ao vivo no sábado, em Sintra, no Jazz em Monserrate, e no domingo na Aldeia dos Dez, em Oliveira do Hospital, no âmbito do XJazz – Encontros do Jazz nas Aldeias do Xisto.
Carlos Bica, que reside há mais de 25 anos em Berlim, lidera vários projetos musicais, entre os quais o Trio Azul, com o guitarrista alemão Frank Möbus e o baterista norte-americano Jim Black, além de contar com participações noutras áreas como teatro, cinema e dança.
Um dos nomes do jazz nacional com maior projeção além-fronteiras, Carlos Bica estudou contrabaixo na Academia dos Amadores de Música e, posteriormente, na Escola Superior de Música de Würzburg, na Alemanha. Fez parte da Orquestra de Câmara de Lisboa, e de diversas orquestras de câmara, alemãs, como a Bach Kammerorchester e a Wernecker Kammerorchester.
Intérprete e compositor de música improvisada, Carlos Bica trabalhou com Carlos do Carmo, José Mário Branco, Camané, Janita Salomé, Pedro Caldeira Cabral, Cristina Branco, além de ter colaborado com músicos como Ray Anderson, Kenny Wheeler, Aki Takase, Kurt Rosenwinkel, John Zorn, Lee Konitz, Mário Laginha, Mathias Schubert, Claudio Puntin, João Paulo Esteves da Silva, Gebhard Ullmann, Paolo Fresu, David Friedman, Ulrike Haage, Alexander von Schlippenbach, John Ruocco, Daniel Erdmann e DJ Illvibe, entre outros.
Artista de referência na área da música improvisada, Maria João começou no jazz na década de 1980, com um quinteto no qual tocavam também Carlos Martins e Mário Laginha.
Apesar das colaborações com vários outros artistas, como Carlos Bica, José Peixoto e António Pinho Vargas, foi com Laginha que se destacou na música portuguesa e manteve a mais duradoura colaboração.
“Danças” (1994), “Lobos, Raposas e Coiotes” (1998), “Tralha” (2004) e “Iridescente” (2012) são exemplos desta parceria. Também gravou com a Brussels Jazz Orchestra e a Orquestra Jazz de Matosinhos.
Em 2009, avançou com o projeto Ogre, ao lado dos músicos João Farinha, Júlio Resende, André Nascimento e Joel Silva.
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