Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação de Músicos do Centro Comercial Stop, Rui Guerra, adiantou que os músicos vão tomar uma decisão até este fim de semana sobre as duas alternativas apresentadas pela Câmara do Porto para o seu realojamento, nomeadamente, a escola Pires de Lima e os últimos andares do Silo Auto.

Hoje, depois de se reunir com uma das duas associações que representam os artistas, o presidente da Câmara do Porto indicou como solução para os músicos desalojados do centro comercial Stop a escola Pires de Lima, garantindo que as instalações estariam prontas a receber os artistas no final do ano.

Já os últimos andares do Silo Auto foram apresentados como solução para os músicos em fevereiro, revelou à época Rui Moreira durante uma reunião do executivo, opção que se mantém "disponível", assegurou também à Lusa, na terça-feira, o vereador com o pelouro da Economia da Câmara do Porto.

Também em declarações à agência Lusa, a presidente da Alma Stop, associação que representa perto de 100 dos 500 músicos do Stop, indicou que não foi convocada para a reunião desta manhã com o autarca independente.

Apesar de considerar a localização da escola Pires de Lima "melhor" do que a do Silo Auto, Mariana Costa defendeu que a proposta do município deve ser "concreta" e apresentada a todos os músicos que trabalham no Stop.

Mariana Costa afirmou ainda que "em vez de fazer propostas", a Câmara do Porto deveria esclarecer "o que é necessário fazer para que todas as lojas do Stop tenham licença".

Na terça-feira, mais de uma centena de lojas do centro comercial Stop foram seladas pela Polícia Municipal “por falta de licenças de utilização para funcionamento”, justificou a Câmara Municipal do Porto.

Centenas de músicos ocuparam durante cerca de cinco horas a Rua do Heroísmo em protesto, obrigando a polícia a desviar o trânsito automóvel para outras artérias da cidade.

Durante a noite, vários músicos continuavam a transportar os seus instrumentos e pertences para fora do espaço, empilhando-os em carrinhas.

Desde terça-feira, a retirada dos instrumentos está dependente de agendamento, adiantou à Lusa fonte policial no local.

Também um aviso da Câmara Municipal do Porto, a que a Lusa teve acesso, indica que “para a retirada de equipamento deverá ser contactada a Polícia Municipal”, através do telefone ou correio eletrónico.

Contactado pela Lusa, o comandante da Polícia Municipal do Porto, António Leitão, afirmou hoje que as autoridades estão no centro comercial a acompanhar a retirada do material e que os agendamentos se prolongam até à próxima semana.

Reunidos em plenário, os músicos do Stop decidiram por aclamação convocar uma manifestação para segunda-feira, dia de reunião do executivo municipal, pelas 14h00.

A manifestação irá partir do centro comercial e tem como destino a Câmara Municipal do Porto.

O centro comercial Stop funciona há mais de 20 anos como espaço cultural e diversas frações dos seus pisos são usadas como salas de ensaio ou estúdios por vários artistas.