A antecipar a edição do disco, o grupo francês vai fazer apresentações no verão em dois festivais de música: no Delta Tejo, em Lisboa, já na sexta-feira, e a 06 de agosto no festival Sudoeste TMN, na Zambujeira do Mar.

Dos álbuns de versões que editaram, com uma abordagem bossa nova e eletrónica, sobressaem revisitações, por exemplo, de "Just can't get enough", dos Depeche Mode, "Love will tear us apart", dos Joy Divison, "Blue monday", dos New Order, e "The killing moon", dos Echo & the Bunnymen.

Agora, a convite de um editor português, os Nouvelle Vague entraram na música portuguesa dos anos de 1980 e gravaram um conjunto de canções com vozes portuguesas: Rui Pregal da Cunha, ex-Heróis do Mar, Teresa Lopes Alves e as atrizes Dalila Carmo e Inês Castel-Branco.

Em entrevista à Lusa, Olivier Libaux explicou que o grupo quis fazer este disco, ainda sem título, porque "é fã de Portugal". Aliás, os Nouvelle Vague já tinham editado, apenas no mercado português, um álbum ao vivo gravado em Lisboa, fruto dessa empatia com o público português e com o país.

Depois de terem ouvido o repertório da música "pop rock" portuguesa dos anos de 1980, os dois produtores franceses fizeram uma seleção musical que inclui, entre outras canções, "Portugal na CEE", dos GNR, "Cairo", dos Táxi, "Irreal social", dos Ban, "O pastor", dos Madredeus, ou "O corpo é que paga", de António Variações. "Ouvimos as músicas sem perceber a letra e gostámos muito. Depois de as terem traduzido gostámos ainda mais", reconheceu Olivier Libaux.

Os dois produtores franceses, que contaram sempre com um leque variado de cantoras para os vários álbuns, estiveram em Portugal em fevereiro, quando gravaram as vozes para o disco. "Já conhecíamos o Rui [Pregal da Cunha] há muito tempo e depois ouvimos a Dalila, a Inês e a Teresa e gostámos muito delas, mesmo sendo atrizes", disse. Nos concertos em Portugal, as músicas serão interpretadas por eles.

Do álbum, que não tem ainda data de edição, foi retirado o single "Sol da Caparica", uma canção dos Peste & Sida que, por sua vez, já é uma versão de um tema dos Ramones, sendo aqui interpretada por Rui Pregal da Cunha.

Olivier Libaux não descartou um regresso a Portugal depois do verão para mais concertos em torno deste disco, feito para o público português.

@Lusa