Novidades da semana: Supernada, Blood Red Shoes e o regresso de Madonna

27 mar 2012 00:00

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«M D N A». Com quatro letras se desvenda o código genético da irreverência pop (reverência também não ia mal, tendo em conta o calibre da protagonista) do novo álbum de Madonna, o primeiro com a nova editora. Com Lady GaGa ou Rihanna a ameaçarem o trono, a Rainha dá um murro na mesa e, socorrendo-se dos mais requisitados produtores mundiais, responde com um compêndio de pop pecaminosa de fazer corar as mais ousadas pretendentes. A maior prova de respeito e saudável vassalagem chega pela boca de Nicki Minaj que entre sintetizadores e um refrão contagiante na faixa «I Don’t Give A» solta um conclusivo «There’s only one queen and that’s Madonna, BITCH». Assim mesmo, curto e grosso, que o respeitinho é muito bonito e a rainha merece.<

Manel Cruz é tão ou mais camaleónico que Madonna, mas ao contrário da norte-americana prima pela descrição e heteronomia musical. O ideólogo de projetos como Ornatos Violeta, Pluto ou Foge Foge Bandido acaba de editar «Nada É Possível» o primeiro álbum com os Supernada e o mínimo que se pode dizer é que do imenso vazio que lhe dá nome se fez um álbum com muitas histórias para contar. «Nada é Possível» é um manual de introdução à vida comum (feito por um homem com grande conhecimento de causa) como só o compositor portuense sabe escrever e uma viagem pela mente deliciosamente sinuosa de um dos maiores talentos que este país já conheceu.

1+Uma= Banda. Desde os White Stripes que esta é a fórmula matemática para o sucesso do indie rock século XXI e os Blood Red Shoes seguem-na à risca. O duo britânico acaba de editar no Music Box «In Time To Voices», o terceiro álbum de originais de uma carreira iniciada em 2008. Oscilando entre o rock visceral de guitarras dissonantes e o aconchego pop das baladas, o novo trabalho é definido pelos próprios como o mais ambicioso dos projetos por cruzar inúmeras texturas e marcar uma nova forma de trabalhar. Nós apoiamos a mudança e temos a certeza que os fãs também vão aplaudir.

Arcade Fire, Kid Cudi, Maroon 5 ou Taylor Swift são apenas alguns dos nomes que fazem parte da banda sonora de «The Hunger Games», estreado a semana passada nas salas portuguesas. Sobre o filme não vamos tecer considerações, mas sobre a música que o acompanha não temos dúvidas em apontá-la como digna vencedora de um óscar, um leão de ouro ou um qualquer outro prémio das artes cinematográficas ou musicais. Por lá passam épicos medievais, baladas contemplativas, «riffs» apocalípticos, «samplers» explosivos e a certeza que depois de ouvir a banda sonora, ninguém vai querer perder as imagens que a sustentam.

Quanto a singles, esta semana destacamos o de apresentação ao novo álbum dos Beach House, a nova música de Rye Rye - protegida de M.I.A. e um dos segredos mais bem guardados do hip hop norte-americano - o regresso de Damian Marley com «Affairs of the Heart», a nova de Ca$h Out, e as últimas de Chris Brown, Great Lake Swimmers, Paul Weller e dos Lostprophets, banda rock oriunda do País de Gales.