"Acho que até há alguns anos os países lusófonos estiveram de costas viradas uns para os outros e que agora temos que abrir, por todos os motivos, e abraçarmos todos esses países que falam o português, com a mesma cultura, só têm de unir cada vez mais", apelou Olavo Bilac, em declarações à agência Lusa, à margem do Atlantic Music Expo (AME) Cabo Verde, que terminou na quinta-feira.

Para o vocalista dos Santos e Pecadores e também dos Resistência, mas que agora segue carreia a solo, a música e a cultura são veículos que poderão juntar ainda mais os países que falam português.

Para isso, disse, é preciso vontade política. "As filosofias políticas têm de estar muito presentes nas cabeças dos políticos, nas vontades, porque são eles que comandam os povos e os povos vão atrás deles e eles têm de se posicionar no sentido da união da lusofonia", sublinhou.

Segundo o músico, o Atlantic Music Expo (AME) não é um evento essencialmente político, mas já está a fazer o trabalho "muito bem", juntando em Cabo Verde dezenas de músicos de vários países para pensar e debater o setor e ligar as culturas. Por isso, Olavo Bilac elogiou os promotores da iniciativa e disse esperar que seja levada a outros países e que junta cada vez mais profissionais da música.

Olavo Bilac, que nasceu em Moçambique, mas com grande parte da sua vida passada em Portugal, esteve em Cabo Verde em fevereiro para promover o seu primeiro trabalho a solo, intitulado "Músicas do Meu Mundo" (2014).

Num espetáculo no AME, que dedicou ao pai e em que cantou também em crioulo, Olavo Bilac mostrou grande empatia com o público cabo-verdiano e prometeu regressar ao país para mais atuações, bem como levar o trabalho a todos os países lusófonos.

A terceira edição Atlantic Music Expo (AME) Cabo Verde terminou na quinta-feira feira à noite, juntando durante três dias dezenas de profissionais de todo o mundo, que expõem os seus produtos, debatem a sua atividade e realizam espetáculos na capital cabo-verdiana.

A partir do próximo ano, o evento vai passar a ser gerido pela World Music Expo (Womex), a maior plataforma internacional de música, juntamente com empresas privadas do país.

@Lusa