O concerto realiza-se na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, às 18h00, e a Orquestra Juvenil Geração apresenta nove das quinze obras realizadas no âmbito do projeto “B-Me: Blending Melodies: Bridging Cultural Identities” ("Seja eu: Misturando melodias: unindo identidades culturais", em tradução livre), levado a cabo pela Associação das Orquestras Sinfónicas Juvenis-Sistema Portugal (Orquestra Geração), pelo Sistema Chipre e pelo El Sistema-Grécia, cofinanciado pela União Europeia.
O concerto marca a estreia de composições dos portugueses Mário Laginha, Carlos Garcia, Anne Victorino d’Almeida, Ana Seara e Marta Domingues, dos gregos George Dousis e María Gouvali e dos cipriotas Giorgio Karvellos e Geórgia Christoforou, todas cocriadas com músicos de origem migrante.
O projeto europeu é coordenado em Portugal pela Orquestra Geração e está em desenvolvimento também no Chipre e na Grécia desde junho do ano passado.
O objetivo é "juntar, em cada um destes três países, cinco compositores locais a músicos refugiados, migrantes ou seus descendentes, para criar obras originais que unam diferentes identidades culturais e permitam compreender outras culturas através da música”, afirma a Orquestra Geração em comunicado.
Mário Laginha fez dupla com Edvânia Moreno, de Cabo Verde, Carlos Garcia com o ucraniano Marian Yanchyk, Anne Victorino d’Almeida com o colombiano Edison Otero, Ana Seara com a indiana Carolina Figueiredo, de Goa, e Marta Domingues com o brasileiro Ale Damasceno.
As diferentes duplas começaram a trabalhar em outubro do ano passado.
No próximo domingo, além de peças cocriadas pelos compositores portugueses, são também estreadas as peças das duplas Giorgos Karvellos e Ranya Al Najjar, do Líbano, Geórgia Christoforou e Yenisleydi Guevara Garcia, de Cuba, e as de Giorgos Dousis com Padou Mayuma, da República Democrática do Congo, e de Maria Gouvali com Elina Sadova, da Rússia.
Chipre, que coordena o projeto sob o Sistema Chipre, congénere à Orquestra Geração, contou ainda com a participação dos compositores e músicos Andys Skordis e Ibrahim Kamara, da Gâmbia, Kyriaki Iakovidou e Ma Belen Llarde, das Filipinas, e Voris Sarris e Nikita Zozovsky, da Ucrânia.
Pela Grécia, sob a coordenação do El Sistema-Grécia, participaram os compositores Roxani Chatzidimitriou com Enxhi Kllogiri, da Albânia, Ioanna Topsi-Moutesidou com Hussain Bardan, da Síria, e Alexandros Gkonis com Hasan Labendz, da Polónia.
No mesmo comunicado o português Mário Laginha considera o projeto “apaixonante” e referiu que, no seu caso, “a escolha da Edvânia Moreno não podia ter sido mais feliz”.
“Foi ela que sugeriu e me deu a conhecer o batuque cabo-verdiano e me chamou a atenção para algumas particularidades do batuque que se tornaram nucleares na peça que escrevi”, acrescenta.
Marian Yanchyk, violonista ucraniano que se estabeleceu em Portugal em 2005, considera que a “colaboração com os músicos de vários países do mundo é importantíssima neste momento”.
“Penso que é uma oportunidade para demonstrar, mais uma vez, a igualdade que existe entre todas as nações do mundo e a união que é possível fazer através da música”.
As composições criadas pelos compositores portugueses, cipriotas e gregos vão ficar disponíveis para serem tocadas por qualquer outra orquestra do mundo como forma de “possibilitar a compreensão de outras culturas através da música, destacando o valor e a importância da diversidade cultural”, afirma a Orquestra Geração.
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