“Com um novo concerto, cujo programa promete ser inesquecível, Plácido Domingo, um dos maiores nomes da ópera mundial, apresentará as canções mais populares do seu extenso repertório a 15 de outubro, na Altice Arena, em Lisboa”, refere a promotora CV Music, num comunicado hoje divulgado.

No espetáculo, no qual Plácido Domingo será acompanhado pela orquestra Sinfonietta de Lisboa, composta por 65 músicos, “não vão faltar as canções lendárias interpretadas por um dos maiores nomes da música”.

Os bilhetes para o concerto em Lisboa já estão à venda e os preços variam entre os 45 e os 150 euros.

A CV Music recorda que Plácido Domingo, “intérprete de grandes temas mundiais e protagonista de filmes de ópera, sob a direção de Francesco Rosi e Franco Zeffirelli”, foi também “diretor de diversos teatros, promotor de jovens talentos e fundador do prestigiado concurso mundial de ópera, ‘Operalia’, promovendo também a zarzuela em todo o mundo”.

Com José Carreras e Luciano Pavarotti formou o grupo Três Tenores.

Nos últimos anos, Plácido Domingo foi confrontado com várias acusações de assédio sexual, embora nenhuma tenha chegado a tribunal.

Em agosto de 2019, numa extensa investigação da agência de notícias norte-americana Associated Press (AP), oito cantoras e uma bailarina disseram ter sido assediadas sexualmente por Plácido Domingo, numa série de acontecimentos que ocorreram ao longo de três décadas, em espaços que incluíam companhias de ópera onde o cantor ocupava cargos de direção. Muitas dizem ter sido avisadas por colegas para nunca ficarem a sós com o tenor.

Seis outras mulheres relataram à AP avanços que lhes causaram desconforto, em particular uma cantora que Plácido Domingo repetidamente convidou para sair, depois de a ter contratado para uma série de concertos na década de 1990.

Adicionalmente, quase 30 outras pessoas ligadas à indústria musical, desde cantoras a músicos de orquestra, passando por professores de canto e administradores, confirmaram ter testemunhado comportamentos impróprios de índole sexual por parte do cantor espanhol, na altura com 78 anos.

Sete das nove mulheres disseram acreditar que as carreiras sofreram por terem rejeitado os avanços sexuais de Plácido Domingo.

Na altura, contactado pela AP, Plácido Domingo não respondeu às questões específicas sobre as acusações, declarando que “as alegações destas pessoas, cujo nome não é divulgado e que remontam até há 30 anos, são profundamente perturbadoras e − da forma como são apresentadas − imprecisas”.

“Ainda assim, é doloroso ouvir que posso ter incomodado alguém ou causado desconforto, não importa há quanto tempo e apesar das minhas melhores intenções. Acreditei que todas as minhas interações e relações foram sempre bem-vindas e consensuais. Quem me conhece ou trabalhou comigo sabe que não sou alguém que intencionalmente magoasse, ofendesse ou embaraçasse outra pessoa”, acrescentou o cantor, que diz que “as regras e padrões” de hoje são “muito diferentes do que foram no passado”.

Uma investigação independente, conduzida em 2020 pela American Guild of Music Artists, na sequência destas acusações, confirmou “má conduta sexual” por parte de Plácido Domingo.

Entretanto, em janeiro deste ano, surgiu uma nova acusação. Uma cantora, que pediu anonimato, alegou que Plácido Domingo tentou tocar-lhe num teatro em Espanha no início dos anos 2000. Em declarações ao canal de televisão espanhol La Sexta, a cantora disse ainda que, numa outra ocasião, o tenor tentou beijá-la.

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