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Sem muitos cabeças de cartaz, a 20ª edição de Paredes de Coura pode ser vista como um regresso a um passado ainda familiar e algumas apostas de sucesso para um futuro próximo, entre mais de 20 estreias em Portugal. O nome maior deste festival é mesmo capaz de ser o dos portugueses Ornatos Violeta, que vão fechar o festival no primeiro concerto de um regresso que se prolongará pelos Coliseus, depois de dez anos de silêncio. Tal como fará no EDP Paredes de Coura, a comemorar 20 anos de existência, o grupo do Porto vai apresentar a versão integral ao vivo de “O Monstro Precisa de Amigos” (1999), considerado um dos melhores álbuns portugueses, que inclui êxitos como “Capitão Romance”, “Chaga” e “Ouvi Dizer”. Um regresso ao passado também para reencontrar o ex-vocalista dos extintos Pavement, uma banda norte-americana que marcou o cenário independente no arranque da década de 1990. Stephen Malkmus estreia-se em Portugal com os The Jicks, com quem já tem cinco álbuns, mesmo que o primeiro tenha sido editado em nome próprio por razões contratuais. Vão estar no palco Vodafone, no dia 14, o único a funcionar nos dois primeiros dias do festival, período que costuma funcionar como um “aquecimento”. Mas se não há grandes nomes cabeças de cartaz (dEUS e Kasabian, não são grandes novidades nos palcos nacionais), João Carvalho, um dos organizadores, recordou à Lusa que, “nos festivais que se fizeram nos últimos anos em Portugal, todos têm montes de bandas que passaram por Coura e só este ano, no Alive, estiveram 11 de bandas dessas”. Para João Carvalho, que este ano também organizou o Primavera Sound, o festival minhoto “gosta de ser um laboratório musical, de descobrir novas tendências e mostrá-las em primeira mão”. E a edição deste ano não é exceção, com mais de 20 estreias marcadas para os palcos portugueses, com um forte pendor da música mais dançável. Não que Paredes de Coura tenha perdido a sua personalidade rock, mas ao escolher grupos como Friends, tUnE-yArDs, Digitalism, Crystal Fighters, está-se a dar mais espaço ao gingar das ancas do que ao abanar da cabeça. E a estes há ainda a juntar nomes como Temper Trap, Gang Gang Dance ou os próprios Kasabian, capazes de fazer muitas plateias entregarem-se aos prazeres do ritmo. Claro que nomes como Japandroids, God is a Austronaut e, muito especialmente, Sleigh Bells podem ajudar aqueles que estiverem com saudades do velho rock ‘n’roll a se deixarem levar pela distorção. Para aguardar, sob a etiqueta dos inclassificáveis, ficam os of Montreal e os The Go! Team, que com os tUnE –yArDs são algumas das propostas mais esteticamente ousadas. Quem quiser estar mais em sintonia com o ar campestre, tão bem interpretado o ano passado pelos Kings of Convenience, pode sempre encontrar refúgio em nomes como Dry the river, Midlake, Patrick Watson ou Deer Tick. Uma programação bastante eclética, da qual João Carvalho, desafiado a selecionar alguns, destacou os Friends, “que vão encher o olho”, os TuneYards, Japandroids, “na lista de melhores álbuns do ano de mais conceituadas revistas europeias”, e ainda Kitty e School of Seven Bells. @Lusa<
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