“Na Ribeira houve uma grande tradição de casas de fado. Isso perdeu-se um pouco. O fado é Património da Humanidade. É, para todos os portugueses, uma honra ter o fado. Portanto, é bom que o fado também esteja no Porto, para as pessoas descobrirem que o fado também se canta no Porto”, afirmou Rui Moreira, em declarações aos jornalistas na apresentação do festival Caixa Ribeira – Aqui Mora o Fado.
Para o autarca, a iniciativa, que vai levar o fado a locais tão diversos como o Palácio da Bolsa, o Mercado Ferreira Borges, o parque de estacionamento da Alfândega ou a igreja de S. Francisco, tem por objetivo associar “mais uma componente” às festas da cidade, que têm como ponto alto o dia de S. João, celebrado a 24 de junho. “Todos os anos queremos ir acrescentando uma peça ao puzzle das festas da cidade”, observou.
Com bilhetes a 28 euros, o evento de dois dias (entre as 19:00 e as 01:00) vai levar a vários locais da Ribeira cerca de 40 fadistas e “os melhores do mundo”, frisou Luís Montez, da promotora Música no Coração.
Com a iniciativa, Rui Moreira pretende atrair à cidade turistas mas também “pessoas que vêm de Lisboa”, numa altura em que aquela cidade celebra as festas de Santo António. “Não temos esse complexo. Achamos que o Porto precisa de descobrir Lisboa e Lisboa precisa de descobrir o Porto. Temos aqui margem para fazer mais alguma coisa no S. João que é o que temos feito, já que procuramos sempre fazer coisas novas”, observou o presidente da autarquia portuense.
Ao juntar novos eventos à programação das festas da cidade, Moreira espera também conseguir que os visitantes passem mais tempo no Porto. “Nessa altura [do S. João] somos muito atraentes para o turismo, mas precisamos que as pessoas fiquem mais tempo na cidade. Gostaríamos que ficassem o mais tempo possível porque isso aumenta o consumo, é muito importante para a hotelaria e a restauração”, destacou.
Para Luís Montez, que desde há dois anos organiza em Lisboa um festival idêntico, o Caixa Alfama, este projeto “junta o fado com a cidade, com um sítio histórico, e com a restauração envolvente”.
O organizador assegura a presença de “perto de 40 fadistas distribuídos por 11 palcos” que apenas não vão estar a atuar em simultâneo quando estiver ativo o destinado aos “cabeças de cartaz”.
Montez acrescentou que o mesmo vai ficar instalado no parque de estacionamento da Alfândega, que “tem capacidade para cinco mil pessoas”, o número de visitantes esperado em cada um dos dias do festival.
O Salão Árabe e o Pátio das Nações do Palácio da Bolsa, a igreja de S. Francisco, as duas salas do Hard Club no Mercado Ferreira Borges, a antiga sede da junta de freguesia de S. Nicolau, um barco no Douro e a Cave no Cais da Estiva são alguns dos outros palcos do evento, que também vai levar o fado às janelas da Ribeira.
Os bilhetes já estão à venda mas têm de ser trocados por uma pulseira individual que vai dar acesso a todos os locais por onde o fado vai passar.
A permuta pode ser feita a partir de dia 11 no Palácio da Bolsa, no Porto.
@Lusa
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