Sara Correia está a preparar o seu terceiro álbum de originais, com edição prevista para o final de 2023. Recentemente, a fadista partilhou o primeiro single, "Chelas".

"Sempre quis fazer uma homenagem ao meu bairro, o bairro onde nasci, onde estudei, onde me tornei mulher e fadista. Só agora é que percebi que podia fazer e que estava preparada para falar isso. Foram várias as razões: pelo facto de ser do bairro, muitas vezes não nos entendem e não acreditam em nós. Esta canção fala um pouco disso, sobre o que as pessoas pensam sobre quem vem do bairro", resume a fadista em entrevista ao SAPO Mag.

"Às vezes, somos mal entendidas e entendidos, no geral. Quis fazer esta homenagem a Chelas, mas é uma homenagem aos bairros todos - falo pelo meu porque foi onde fui criada", acrescenta.

"Com esta música, quero mostrar às pessoas que o bairro não é só as drogas, as armas. Não são só coisas más, acontecem coisas muito boas e há muita gente boa. E o meu bairro de Chelas é onde comecei a dar os meus primeiros passos no fado", sublinha Sara Correia, destacando que a canção "é uma peça única": "Não há nada igual no meu disco, é um twist no fim do meu álbum".

O single foi escrito e composto por Carolina Deslandes, palavra a palavra, e m assinada também por Diogo Clemente, que produziu o álbum. "Foi fácil trabalhar com eles porque a Carolina já me conhece e ela costuma dizer que 'tenho o bairro dentro de mim'. Tenho tanto de fado, como tenho tanto de Chelas e será sempre assim. E foi um caminho fácil, disse-lhe que gostava muito de fazer uma homenagem ao meu bairro e ela disse-me: 'olha, está bem, eu vou fazer alguma coisa'. E depois acabou por fazer duas canções - o single dela e o meu, no mesmo dia. Quando me apresentou a canção, achei logo que era a certa", conta a cantora.

"A Carolina conhece-me muito bem e o Diogo é o meu melhor amigo e conhece-me desde pequenina", acrescenta em conversa com o SAPO Mag.

"Chelas" é a primeira amostra do próximo álbum de Sara Correia - "Liberdade" chega no final do ano. "Este disco novo representa-me muito bem, é o fundo do meu coração. Tudo o que está neste disco foi trabalhado comigo e com o Diogo Clemente", conta. "As sonoridades também vão ser muito diferentes. E os fados tradicionais mostram uma Sara muito mais madura, com muito mais para dar às pessoas e com muito mais história para contar", sublinha.

"Neste disco, eu sou eu e sem travões. É um disco de verdade para dar às pessoas. Nunca me senti tão livre como agora", remata.