O grupo canadiano enviou ao Governo dos Estados Unidos uma fatura depois de ter recebido informações, de um antigo guarda prisional, de que a sua música, do género "metal industrial com toque punk eletrónico", tinha sido usada, sem autorização, em interrogatórios, em pelo menos quatro casos.
"Música original para interrogatórios na base de Guantánamo. Alto segredo", de acordo com o conceito de faturação que o vocalista do grupo, Cevin Key, mandou à administração norte-americana.

Key disse aos media canadianos que não excluía a possibilidade de processar o Departamento de Defesa pela utilização da música dos Skinny Puppy em interrogatórios, nos quais, de acordo com organizações de defesa dos direitos humanos, foram usados métodos de tortura, durante os primeiros anos da prisão.

O antigo guarda prisional, que forneceu informações ao grupo, está a escrever um livro e garantiu que os detidos de Guantánamo chegaram a ser submetidos à audição, durante seis a 12 horas contínuas de música dark metal.
Cevin Key disse ao canal CTV de Canadá que o grupo desconhecia que a sua música era usada "como uma arma contra alguém" e que a banda "se sentia ofendida” por ter sido utilizada para "fazer mal" a pessoas.

A prisão da base naval norte-americana de Guantánamo, em Cuba, começou a funcionar em 2002 para deter e interrogar, com métodos de tortura, presos da guerra contra a rede terrorista Al-Qaida.

Após 12 anos e de ter mantido quase 700 suspeitos detidos, o estabelecimento prisional de Guantánamo continua a funcionar, com 155 detidos, apesar das promessas do Presidente norte-americano, Barack Obama, de fechar definitivamente a prisão.

A maioria dos reclusos tem visto para ser transferida para um país terceiro. Alguns aguardam julgamento, no qual poderão ser condenados à morte por planear atentados como os de 11 de setembro de 2001 e contra o contratorpedeiro norte-americano "USS Cole", em 2000.

@Lusa