Quem o viu e quem o vê. Ou vai ver. No ano passado, o Super Bock Super Rock foi sobretudo falado por um dos maiores infortúnios do Verão musical português: o cancelamento do concerto dos Depeche Mode no Porto (por motivos de saúde do vocalista), imprevisto que obrigou a que a actuação dos britânicos fosse substituída pelas dos Xutos e Pontapés e The Gift. Já em Lisboa, a outra cidade que o festival adoptou, uns esforçados The Killers carregaram às costas um cartaz longe de inesquecível.

Um ano depois, continua a não haver Depeche Mode e também já não há Porto nem Lisboa.Mas oSBSR muda-se agora para o Meco e, em vez de um ou dois nomes fortes, tem agora uma colecção deles: Julian Casablancas (vocalista dos Strokes), Leftfieldou Empire of the Sun são algumas das estreias absolutas em palcos nacionais - aos quais se juntam os Pet Shop Boys depois de uma breve passagem por cá em Alcochete, em 2004, ou Prince,12 anos depois da sua última actuação em Portugal. E entre os repetentes contam-se ainda os Cut Copy, Hot Chip, Vampire Weekend, The National, Patrick Watson ou Spoon, tudo gente com um assinalável culto.

"Todos estes nomes atraem outros", conta Luís Montez ao SAPO Música, até porque "muitas das bandas são amigas". E assim, ao fim de algum tempo, começaram a ser as próprias a "pedir para vir" para juntarem "os amigos numa praia portuguesa".

O conceito não éinédito e já foi explorado, precisamente no mesmo espaço, no saudoso Hype @Meco, que aí levou Björk, Moby, Moloko ou Peaches ao longo de quatro edições. Com o SBSR o desfile de propostas convidativas dificilmente poderia ser melhor. E quem quiser descobrir se vale mesmo a pena, o melhor é meter-se a caminho e tentar estar lá logo na abertura de portas, às 16 horas - senão depois "estão na fila e estão a perder bandas", previne o director da Música no Coração. E isso ninguém quer.

Texto @Gonçalo Sá/ Vídeo @Gonçalo Sá e Vera Moutinho