Os The Mekons – pioneiros do alt-country - sobem ao palco do Castelo de Sines a 29 de Julho. Na bagagem, o grupo de Jon Langford e Tom Greenhalgh leva os temas do seu vindouro álbum de originais, sucessor de “Natural” (2007), com edição prevista para os próximos meses.

Em estreia em solo nacional, os Staff Benda Bilili, considerados uma das grandes revelações da World Music em 2009, actuam no Castelo de Sines a 31 de Julho. Em palco irão apresentar o seu aclamado disco de estreia, “Très Très Fort” (2009), onde misturam ritmos tradicionais, funk e rumba. Eleito o melhor álbum de World Music de 2009 pela revista “Mojo”, chegou ao primeiro lugar do top da World Music Charts Europe em Maio do ano passado.

Sobre os The Mekons

O grupo britânico The Mekons nasceu em Leeds em 1977, ao lado de bandas como Gang of Four e Delta 5, no seio do movimento pós-punk.

A primeira fase da carreira da banda acompanhou as tendências dominantes da música inglesa e, embora tenham tido diversas formações, o coração criativo constituído pelos guitarristas, vocalistas e compositores Jon Langford e Tom Greenhalgh manteve-se intacto desde o início.

Em 1985, a banda ganhou uma segunda vida com o lançamento do álbum “Fear and Whiskey”. Já com uma formação que inclua a cantora Sally Timms, a violinista Susie Honeyman, o acordeonista Rico Bell, o baterista Steve Goulding e o multi-instrumentista Lu Edmonds, entre outros, The Mekons aproximaram a sua música das raízes folk inglesas e da country norte-americana, dando início ao que viria a ser designado por alt-country, movimento que, desde os anos 90, tem revelado alguns dos melhores músicos da música alternativa (um deles, Will Oldham, tem aliás uma canção de tributo ao grupo inglês, “For The Mekons et al”).

Hoje, já com 26 álbuns gravados -o último dos quais “Natural” (2007), um regresso acústico às raízes folclóricas inglesas -,o octeto mantém a reputação de uma das melhores bandas do mundo em espectáculos ao vivo, ajudada por um tempero reggae surpreendente em algumas das canções e pelo humor e a veia política que sempre ofereceram substância ao seu repertório.

Sobre os Staff Benda Bilili

Um dos maiores casos de sucesso das músicas do mundo no último ano e uma das maiores revelações da música africana da última década, o grupo Staff Benda Bilili nasceu no jardim zoológico de Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, formado por músicos paraplégicos, vítimas de poliomielite em crianças, que dormiam e ganhavam a sua vida na rua cantando e tocando para os transeuntes.

O seu álbum de estreia, “ Très Très Fort” (Crammed), gravado no zoo de Kinshasa por Vincent Kenis, produtor de Konono n.º 1, Kasaï Allstars e de toda a série Congotronics, chegou ao 1.º lugar da World Music Charts Europe em Maio de 2009, foi considerado o melhor do ano pela bíblia do género, a revista "fRoots", e foi eleito o melhor álbum de world music de 2009 pela "Mojo", uma das mais consagradas revistas de música popular. A digressão europeia que se seguiu ao lançamento do disco mereceu críticas elogiosas em publicações de referência de todo o continente, incluindo "The Guardian", "The Independent" e "NME".

Musicalmente, Staff Benda Bilili é uma mistura tipicamente congolesa de ritmos tradicionais, funk e a versão local da rumba. Os músicos cantam, dançam e tocam em guitarras e instrumentos criados pelos próprios com os objectos que encontram na rua. As letras falam da doença que os colocou em cadeiras de rodas, mas, sobretudo, do que acontece à sua volta, as histórias das crianças sem-abrigo e dos refugiados da guerra, e são assumidas como verdadeiras crónicas da vida da capital congolesa.

O prémio Womex, normalmente só entregue a músicos no final de uma longa carreira, foi--lhes atribuído em 2009, em reconhecimento do seu exemplo extraordinário de dedicação à música.

Sara Novais