A 13.ª edição deste prémio literário contou com cerca de meia centena de obras apresentadas a concurso, tendo a cerimónia de entrega decorrido hoje no Fórum Municipal Romeu Correia – Sala Pablo Neruda.

“Aqui é um bom lugar” é um “longo e vivo registo autobiográfico”, no qual Teresa Tristeza (pseudónimo de Ana Pessoa) vai dando conta “do seu mundo, daquilo que dentro de si fervilha e daquilo que sobre os outros vai pensando”, refere a autarquia.

Entre o outono e o verão, entre os 17 e os 18 anos, entre o final da sua passagem pela Escola Secundária e a entrada na Universidade, a protagonista regista as emoções, os dilemas, as incertezas, as angústias e perplexidades próprias do crescimento.

“Verosímil e forte, a narrativa envolve o potencial recetor – o jovem leitor – que, com facilidade, se identificará não apenas com as vivências partilhadas (em casa com a família, na escola com os colegas e professores, etc.), mas também com a linguagem e o estilo, muito contemporâneos, que distinguem o relato”, destacou o júri do prémio.

A escritora e tradutora Ana Pessoa, nascida em Lisboa, em 1982, começou a escrever histórias aos 10 anos e acabou por estudar Línguas e Literaturas Modernas (Estudos Portugueses e Alemães) na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Saiu de Portugal com 22 anos para fazer um estágio de seis meses na Alemanha e nunca mais voltou. Vive em Bruxelas desde 2007, onde trabalha como tradutora.

Como autora, tem contos publicados em várias coletâneas e textos premiados em Portugal (incluindo Jovens Criadores'10, Aveiro Jovem Criador 2010 e Jovens Criadores'12).

Ana Pessoa foi também distinguida internacionalmente, nomeadamente no Concurso Internacional de Contos Um mar de palavras 2010, em Espanha, e no Concurso Internacional de Teatro Castello di Duino 2011, em Itália.

O seu primeiro livro, “O caderno vermelho da rapariga carateca”, venceu o Prémio Branquinho da Fonseca 2011, na modalidade Juvenil.

“Supergigante” foi a sua segunda obra, publicada em 2014, a que se seguiu, em 2016, a publicação de “Mary John”, todos eles ilustrados por Bernardo Carvalho e editados pela Planeta Tangerina.

O seu último livro intitula-se “Eu sou, eu sei” e foi publicado, já este ano, pela mesma editora, sendo as ilustrações da autoria de Madalena Matoso.

Instituído em 2005 pela Câmara Municipal de Almada, o Prémio Literário Maria Rosa Colaço pretende “homenagear a ilustre escritora e incentivar a criatividade literária de autores portugueses, nos domínios da literatura infantil e juvenil”.