Esta quinta-feira, dia 30 de abril, António Costa apresentou as novas medidas para o regresso à atividade económica. O primeiro-ministro frisou que se mantém a proibição de "eventos ou ajuntamentos com mais de 10 pessoas". Já a lotação dos espaços fechados fica limitada a a cinco pessoas por cada 100 metros quadrados.

Questionado relativamente aos festivais de verão, o primeiro-ministro lembrou que esteve reunido com os promotores na passada terça-feira. "Estamos a fazer a avaliação e oportunamente tomaremos uma decisão pública sobre essa matéria", sublinhou, acrescentando que deverá ser comunicada na próxima semana.

Em entrevista à RTP1, acrescentou ainda  "que há uma grande probabilidade de não se realizarem" festivais de verão, adiantando que se poderão realizar em espaços com lugares marcados, como um estádio de futebol.  "Se tiver cada um na sua cadeira, o risco obviamente é menor", sublinhou.

António Costa adiantou ainda que será tomada uma decisão definitiva no Conselho de Ministros da próxima semana. 

Álvaro Covões (da empresa "Everything is New"), Roberta Medina ("Better World" - Rock in Rio), Luís Montez ("Música no Coração"), João Carvalho e Filipe Lopes ("Ritmos"), e Jorge Lopes (MEO Marés, Pavilhão Rosa Mota) estiveram na passada terça-feira, dia 28 de abril, reunidos com António Costa e com os ministros de Estado e da Economia, Pedro Siza Vieira, da Saúde, Marta Temido, e da Cultura, Graça Fonseca.

"Hoje o Governo esteve reunido com os representantes dos principais e dos maiores festivais de música de Portugal. Foi um reunião com o senhor primeiro-ministro, com o ministro da Economia e com a ministra da Saúde. Ouvimos as preocupações de todos os promotores e quais são os grandes desafios que se colocam principalmente neste verão", sublinhou Graça Fonseca. "O Governo irá decidir sobre aquilo que ouvimos hoje e qual o melhor caminho para o futuro", acrescentou, em declarações RTP1.

No final da reunião, Roberta Medina, vice-presidente do Rock in Rio, sublinhou que "foi um diálogo muito produtivo", agradecendo ao Governo por reconhecer o valor da indústria, da cultura e do entretenimento. "Nos próximos dias, temos de aguardar que as decisões sejam tomadas", acrescentou.

Já Álvaro Covões, promotor do festival NOS Alive e vice-presidente da Associação de Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos (APEFE), frisou que todo o setor veio tem uma "vontade de começar a trabalhar, como todos os portugueses, o mais rápido possível". "Sabemos que esta abertura tem de ser progressiva e em segurança e, portanto, viemos transmitir as nossas angústias e a nossa vontade de trabalhar. Confiamos que agora o governo tome as melhores decisões no sentido de iniciarmos a retoma. Estamos todos com vontade de ver um palco, ver um espetáculo, ver um artista e de aplaudir. E um aplauso para os portugueses que se têm portado muito bem nesta época de confinamento", acrescentou.

Questionado pela Lusa sobre a avaliação de prejuízos pela paragem forçada de atividade desde março, Álvaro Covões referiu apenas que são já cerca de 27 mil os espetáculos adiados ou cancelados.

nona edição do Rock in Rio Lisboa foi adiada para 2021. Já o NOS Primavera Sound do Porto, previsto para os dias entre 11 e 13 de junho, e que foi adiado para 3, 4 e 5 de setembro.

A edição deste ano do Festival Músicas do Mundo (FMM), previsto entre 18 e 25 de julho, em Sines, distrito de Setúbal, foi cancelada.

A edição deste ano do Boom Festival, que, tal como o Rock in Rio Lisboa, decorre de dois em dois anos, mas em Idanha-a-Nova, foi remarcada para 2021. A 13.ª edição do Boom Festival acontecerá de 22 a 29 de julho.

O Barroselas Metalfest, que iria acontecer entre 29 de abril e 2 de maio, passou para a mesma data, mas em 2021, o ID No Limits, que deveria decorrer hoje e no sábado em Cascais foi adiado para os dias 13 e 14 de novembro, no mesmo local, o Centro de Congressos do Estoril, em Cascais, e o Gouveia Art Rock, que deveria decorrer entre 1 e 3 de maio, foi adiado para 3 a 5 de outubro.

O Festival Tremor, que ia acontecer entre 31 de março e 5 de abril, em São Miguel, nos Açores, e já tinha a lotação esgotada, foi cancelado e o Soam as Guitarras, que teria início a 2 de abril foi adiado, para data que será anunciada depois de levantado o estado de emergência.