Em nota de imprensa, António Jorge Gonçalves conta que "Desenhar do escuro", que sai a 8 de outubro em edição de autor, reproduz 82 dos cerca de 300 desenhos feito a lápis branco em vários cadernos de folha preta, entre 2020 e 2021.

Explorando uma linguagem gráfica que lhe era inédita, António Jorge Gonçalves registou "paisagens urbanas, clausuras domésticas, deambulações pela natureza, uma seleção atenta de fragmentos na vida quotidiana", com pormenores que a situam num tempo de pandemia.

"Desenhar do escuro", com 166 páginas, fixa em papel fragmentos da realidade, interpretados numa síntese de claro-escuro, de paisagens, de anónimos nas ruas, de observação à noite e em dias de muito sol.

Em vídeos explicativos no Youtube, no qual folheia alguns dos cadernos pretos, António Jorge Gonçalves reconhece que, à medida que foi dominando este registo, de lápis branco em papel escuro, foram sobressaindo estados emocionais ligados aos desenhos, "gestos do quotidiano com uma reverberação emocional muito grande".

António Jorge Gonçalves acredita que "as melhores descobertas acontecem sempre por acaso". Chegou a este registo juntando dois objetos que tinha guardados: Um lápis branco comprado no México e um pequeno caderno preto, que comprou por curiosidade em Lisboa.

"Um dia percebo: aquelas páginas são uma sala às escuras, precisam de ser iluminadas para revelarem o que lá está contido. E o lápis branco pode ser a minha vela", afirmou.

A propósito de "Desenhar do escuro", António Jorge Gonçalves fará um périplo por várias cidades, a apresentar o livro em formato 'masterclass', começando no dia 29 de setembro na Covilhã.

Até ao início de dezembro, estão marcadas apresentações em Lisboa, Funchal, Sintra, Guimarães, Loulé, Leiria, Lagos, Porto, Coimbra, Braga e Almada.

Atualmente, António Jorge Gonçalves tem uma exposição com alguns dos trabalhos de "Desenhar do escuro" em exposição no Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja.

António Jorge Gonçalves é autor de novelas gráficas e livros ilustrados. Trabalha ainda na área da performance visual, desenho digital em tempo real e cartoon político, tendo já sido reconhecido e premiado, nomeadamente no World Press Cartoon e com o Prémio Nacional de Ilustração.