O ator pornorgráfico Ron Jeremy, 67 anos, foi acusado de violar três mulheres e agredir sexualmente uma quarta, informou o Ministério Público de Los Angeles esta terça-feira (23).
Jeremy, um dos nomes mais importantes da indústria pornográfica, com mais de 1.700 créditos em filmes para adultos, foi acusado de abuso sexual nos últimos anos e vetado pela indústria.
A procuradoria do condado de Los Angeles acusa-o de quatro incidentes separados, o mais antigo de 2014.
Três dos casos relatados terão ocorrido no mesmo bar, situado em West Hollywood, uma cidade vizinha de Los Angeles, entre 2017 e 2019, segundo o MP.
Outra alegada violação, ocorrida em 2014, teria acontecido numa casa localizada na mesma área.
O advogado de Jeremy, Stuart Goldfarb, disse à agência AFP que o seu cliente defenderá a inocência de todas as acusações, que chamou de "surpreendentes".
"Ele não é um violador", insistiu.
"Ron, ao longo dos anos, por quem ele é, tem sido praticamente amante de mais de quatro mil mulheres. E alegar que ele é um violador é... quero dizer, as mulheres atiram-se a ele", reforçou.
Jeremy é a mais recente figura de destaque na indústria do entretenimento a ser investigada por abuso sexual em Los Angeles desde que o movimento #MeToo começou em 2017.
No início do ano, os procuradores de Los Angeles no início apresentaram acusações contra o famoso produtor de Hollywood Harvey Weinstein.
Sentença de prisão perpétua
As alegadas vítimas tinham entre 25 e 46 anos. Um caso separado, de 2016, foi julgado como improcedente por falta de provas.
Se condenado, Jeremy, pode receber uma pena máxima de 90 anos a prisão perpétua.
O ator, cujo nome verdadeiro é Ronald Jeremy Hyatt, apareceu em filmes adultos famosos como "Garganta Profunda II" e "John Bobbitt Uncut".
A procuradoria determinou uma fiança de 6,6 milhões de dólares. A sua primeira audiência presencial foi na tarde de terça-feira, onde ouviu formalmente as acusações.
A audiência em que será oficialmente acusado foi adiada para sexta-feira.
O ex-agente de Jeremy, Dante Rusciolelli, disse à AFP esta terça que deixaria de representar o ator pornográfico, garantindo que a sua empresa "até ao momento não recebeu nenhuma prova de inocência [de Jeremy]".
A procuradoria investiga cerca de 20 homens da indústria do entretenimento, no âmbito de uma força especializada criada como resultado do #MeToo.
Harvey Weinstein, condenado em Nova Iorque a 23 anos de prisão por violação, foi acusado separadamente de agredir sexualmente mais três mulheres em Los Angeles.
O produtor de "Atomic Blonde", David Guillod, foi acusado na segunda-feira de violação, agressão sexual e sequestro de quatro mulheres na Califórnia, num caso em que autoridades de Los Angeles e Santa Barbara, nas proximidades, cooperaram.
Guillod declarou-se inocente esta terça-feira e preparava-se para pagar um milhão de dólares de fiança para ser libertado, disse à AFP o advogado do produtor, Philip Cohen.
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