A figura do fadista Carlos do Carmo, que morreu no início do ano, vai ficar eternizada na freguesia de Alvalade, em Lisboa, através de um mural pintado pelo artista urbano Mário Belém, foi hoje (3) divulgado.

O mote deste mural, que poderá ser apreciado na Biblioteca Manoel Chaves Caminha, é “Lisboa Menina e Moça”, título de um dos fados mais icónicos de Carlos do Carmo, que se tornou também a canção oficial da cidade.

Em declarações à agência Lusa, o artista urbano Mário Belém manifestou a sua satisfação em ter contribuído para homenagear o fadista.

“Quando recebi o convite, fiquei um pouco atrapalhado pois pensei que era para fazer um retrato de Carlos do Carmo. Depois percebi que a ideia seria uma interpretação minha. Fiquei muito feliz pois Carlos do Carmo é um ícone”, apontou.

O mural, que levou seis dias a ser executado, contém símbolos da cidade de Lisboa, entre os quais o Santo António, o manjerico, o elétrico, um corvo, um vinil de Carlos do Carmo e a Torre de Belém.

Mário Belém, que já trabalhou vários anos como ilustrador e designer, explicou que, pelo facto de o mural se localizar na fachada de uma biblioteca, “quis fugir ao óbvio” e, ao invés de pintar uma “varina”, optou por representar uma “menina e moça” sentada numa pilha de livros.

“Um facto curioso é que muita gente que vivia do outro lado da rua desconhecia que este edifício era uma biblioteca. Este mural acaba por dar outra visibilidade e valorização ao espaço”, sublinhou.

Vencedor do Grammy Latino de Carreira, que recebeu em 2014, entre outros galardões, o seu percurso passou pelos principais palcos mundiais, do Olympia, em Paris, à Ópera de Frankfurt, na Alemanha, do 'Canecão', no Rio de Janeiro, ao Royal Albert Hall, em Londres.

“No Teu Poema”, “Um Homem na Cidade”, “Flor de Verde Pinho”, “Os Putos”, “Canoas do Tejo”, “Lisboa, Menina e Moça”, “Bairro Alto”, “Por Morrer uma Andorinha”, “Fado do Campo Grande” ou “Fado da Saudade”, interpretado no filme “Fados” e que lhe valeu um Prémio Goya, em Espanha, foram alguns dos seus êxitos, registados em dezenas de discos.

Carlos do Carmo morreu em 01 de janeiro deste ano, aos 81 anos, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

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