O adiamento das récitas da comédia escrita pelo Prémio Nobel da Literatura e sua mulher, marcadas para o próximo sábado e domingo (às 21h00 e 16h00, respetivamente), deve-se ao recolher obrigatório, a partir das 13h00, para os dois próximos fins de semana, no âmbito da Resolução do Conselho de Ministros que decretou o estado de emergência em 121 concelhos portugueses, em vigor desde as 00:00 de segunda-feira passada, acrescentou Rui Dionísio.

Com tradução de Io Appolloni, atriz de origem italiana com nacionalidade portuguesa, a peça é encenada pelo diretor artístico do Cegada Grupo de Teatro de Alverca do Ribatejo, e terá duas representações na sala Experimental do TMJB, nos dia 18 e 19, às 21h00.

Trata-se de um acolhimento da Companhia de Teatro de Almada, que visa a peça escrita, em 1982, pelo ator, encenador, cenógrafo, comediante e dramaturgo italiano, Dario Fo (1929-2016), que também compunha, cantava e pintava. A criação da peça foi partilhada com a mulher do escritor, a atriz e dramaturga Franca Rame (1929-2013).

Em "Casal Aberto", os autores desafiam o modelo monogâmico que o poder político e a ordem social impõem, com o argumento da necessidade de constituição de família, no seio da relação conjugal, modelo que pressupõe papéis instrumentais a cada elemento do casal, explica o Grupo de Teatro.

O texto reflete também sobre as relações de poder que determinam a dinâmica das relações conjugais e na consequente violência que daí advém.

“Uma forma de aprofundar a observação da nossa sociedade e da sua História de costumes”, explica o encenador da peça.

“Casal aberto” tem interpretação de Eurico Lopes, Gonçalo de Oliveira e Susana Sá, cenografia e figurinos de Ana Paula Rocha e iluminação e sonoplastia de Vladimiro Cruz.

A Companhia de Teatro de Almada, com sede no Teatro Municipal Joaquim Benite, mantém o encerramento às 22h30, desde antes da Resolução do Conselho de Ministros.