O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, revelou hoje, numa conferência de imprensa, que em abril, "os tribunais notificaram o CCB de que se mantinham os termos do arresto que vigoraram quando existia comodato [com José Berardo], e o Estado continuará a ter a responsabilidade de mostrar a coleção Berardo, garantindo a sua segurança, preservação, e fruição pública".

De acordo com o ministro, que falava na presença da administração do CCB, presidida por Elísio Summavielle, o MAC-CCB abrirá a 28 de outubro com um novo "discurso expositivo", que incluirá ainda obras da Coleção Teixeira de Freitas e da Coleção Ellipse, adquirida pelo Estado em 2022.

"Estamos numa fase avançada de negociação e entendimento para receber em depósito a Coleção Teixeira de Freitas no CCB e também a Coleção Ellipse, o que permitirá, no final de outubro, abrir aqui um novo museu com um discurso expositivo com todas estas coleções, mantendo a identidade de cada uma delas", disse Pedro Adão e Silva.

As obras da Coleção Berardo estão arrestadas pela justiça desde julho de 2019, na sequência de um processo interposto em tribunal pelo Novo Banco, pela Caixa Geral de Depósitos e pelo BCP, para recuperarem uma dívida de cerca de 1.000 milhões de euros.

Pedro Adão e Silva recordou que denunciou, há um ano, o acordo de comodato entre a Associação Coleção Berrado, a Fundação CCB e o Ministério da Cultura, seguindo-se a extinção da Fundação de Arte Moderna e Contemporânea Coleção Berardo, "e o CCB pôde finalmente retomar a posse de um espaço que é seu".