A data da inauguração da exposição coincide exatamente com o dia em que passam 100 anos da descoberta do túmulo do Tutankhamon, anunciou a BNP.
A mostra dá seguimento a um projeto de investigação que, desde 2016, estuda “o impacto desta incomparável descoberta arqueológica na imprensa nacional e os efeitos daí decorrentes na produção cultural portuguesa”.
Segundo o site oficial do projeto, a descoberta do túmulo de Tutankhamon por Howard Carter e pelo seu patrocinador Lord Carnarvon, a 4 de novembro de 1922, foi noticiada pela imprensa internacional de todo o mundo, de forma inusitada e sem precedentes, tornando este faraó e os principais intervenientes nessa “maravilhosa descoberta no Vale” largamente conhecidos de milhões de leitores.
Na imprensa portuguesa, esta descoberta arqueológica encontrou grande eco, principalmente nos anos de 1923 e 1924, tendo acompanhado com interesse o que se passava em Vale dos Reis, no Egito.
Entre 1922 (ano da descoberta do túmulo) e 1939 (ano da morte de Howard Carter), 28 periódicos portugueses publicaram 234 notícias, de diferentes tipos, sobre a descoberta do túmulo do faraó Tutankhamon e os diversos eventos a ela associados.
O projeto de investigação por detrás da exposição procura responder a questões como: que reflexo houve na imprensa portuguesa dessa descoberta e da consequente abertura do túmulo? Que descrição é feita dos artefactos encontrados nas várias câmaras do seu túmulo? Que aspetos foram salientados na imprensa portuguesa dos anos 1920/30 do século XX? Que tipo de relatos é apresentado sobre a vida, a família e a morte do jovem faraó? Que tratamentos são dados à atividade de escavação de Howard Carter, à sua morte e à morte de Lord Carnarvon? Que fotografias e ilustrações são disponibilizadas pelas publicações nacionais ao leitor português?
Para tal, os investigadores recolheram e analisaram todas as notícias publicadas nos jornais portugueses sobre a descoberta do túmulo do faraó mais conhecido por “Tut”, mostrando como a imprensa portuguesa se tornou “um agente ativo da receção do antigo Egito em Portugal”, descreve a BNP.
Assim, a curadoria da mostra é feita precisamente pelos investigadores responsáveis pelo projeto, os egiptólogos portugueses José das Candeias Sales e Susana Mota, em colaboração com a equipa da biblioteca, para marcar a “comemoração de um centenário que está a ser assinalado um pouco por todo o mundo”.
A exposição propõe-se dar a conhecer as diferentes notícias, enquadrando-as no âmbito dos trabalhos arqueológicos em curso, demonstrando o interesse da imprensa portuguesa pela descoberta arqueológica e a forma como a fez chegar ao seu público, e procurará clarificar os contornos da ‘Tutmania’ e ‘Mumiamania’ em Portugal.
A abertura da exposição será assinalada às 15h00 com uma receção aos convidados, seguida de uma visita guiada.
Às 16:00 terá lugar a conferência inaugural intitulada “Tutankhamon em Portugal. Relatos na imprensa portuguesa (1922-1939). De um projeto de investigação a uma Exposição”, proferida pelos investigadores.
Até ao encerramento da exposição haverá um conjunto de eventos a decorrer, de entre os quais a BNP destaca o curso livre “De Tutankhamon a Carter à Tutmania e Mumiamania”, cujas sessões serão conduzidas por José das Candeias Sales e Susana Mota.
O curso terá lugar todas as quintas-feiras do mês de janeiro e no primeiro dia de fevereiro, e as sessões serão subordinadas aos seguintes temas: “O mundo de Tutankhamon, o faraó-menino”, “A descoberta do túmulo do rei dourado”, “A maldição da múmia: mistério e fascínio”, “Expressões da egiptomania num mundo global: A tutmania”, e “Expressões da egiptomania num mundo global: a mumiamania”.
O encerramento irá acontecer no dia 5 de abril de 2023, dia em que se assinala o centenário da morte de Lord Carnarvon.
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