Nicolau Breyner “partilhou a sua felicidade com os portugueses e contribuiu para criar a felicidade na vida de milhões de portugueses”, afirmou o Presidente Marcelo de Rebelo de Sousa à saída da Basílica da Estrela, em Lisboa, após terminar a missa de corpo presente.

“Hoje, penso, que represento o sentir de milhões de portugueses, ao agradecer-lhe a felicidade que nos deu a todos durante estes 50 anos”, acrescentou o chefe de Estado, em declarações às dezenas de jornalistas presentes no local.

Além de Marcelo Rebelo de Sousa, também se deslocaram à Basílica da Estrela, entre outros, o primeiro-ministro, António Costa, o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, e o antigo líder do CDS-PP Paulo Portas.

Paulo Portas e António Costa não prestaram declarações aos jornalistas, mas Pedro Passos Coelho classificou Nicolau Breyner como “o grande vulto da cultura”. O presidente do PSD referiu ainda a amizade que tinha com o ator, cujo "talento irá permanecer pelos anos".

Na Basílica da Estrela estiveram também muitos atores portugueses que quiseram prestar a última homenagem a Nicolau, que morreu aos 75 anos de idade.

“Tenho obrigação de vir prestar humildemente os meus respeitos”, afirmou Herman José, acrescentando que Nicolau Breyner foi um “segundo pai”. “Para mim, é impressionante como se consegue juntar tanta bondade a tanto sucesso em tanta vida”, frisou.

O ator Pedro Granger, de lágrimas nos olhos, referiu-se a Nicolau Breyner como "um exemplo de vida", que o ajudou "a descomplicar muita coisa". "Foi talvez a pessoa com quem mais vezes almocei, que me ajudou a crescer nesta profissão, que nos enche, por vezes, o ego. Fiz com ele uma grande aprendizagem, nomeadamente no respeito pelos outros e pela diversidade de cada um", disse.

Virgílio Castelo, também visivelmnete emocionado, referiu-se a Nicolau Breyner como "um exemplo de vida". "Nicolau Breyner não precisava de se mostrar importante para ser importante, e foi importante para a nossa classe e para o desenvolvimento da arte de representar em Portugal", sublinhou o ator.

Outro ator, Luís Esparteiro, que, entre outras telenovelas, contracenou com Nicolau Breyner, em "Vila Faia", afirmou confessou que a sua "vida não seria a mesma sem o Nicolau". "O Nicolau Breyner foi o meu grande mentor e irei recordá-lo sempre como um irmão mais velho", disse.

Glória de Matos, que fez também parte do elenco da novela "Vila Faia", de 1982, realçou "o sentido de humor" de Nicolau Breyner, que "não deve ser esquecido, pois a sociedade precisa de humor".

A atriz, que prometeu vir a contar histórias interessantes do ator num futuro próximo, referiu que, em situações de tensão, "o Nicolau, com duas ou três palavras, acalmava tudo com um sorriso nos lábios".

Também a atriz Ana Bola considerou Nicolau Breyner como “um grande colega e um grande artista”. “Nicolau Breyner é um artista absolutamente consensual”, disse a atriz, referindo que ele “nunca parou de trabalhar”, daí ser conhecido por várias gerações de portugueses, “que o veem como uma pessoa da família”.

O locutor Júlio Isidro, o ator Luís Aleluia e o crítico de teatro Tito Lívio foram outras personalidades que passaram pela Basílica, numa altura em que o Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa se preparava para prestar uma homenagem ao ator, natural daquela cidade alentejana.

O funeral de Nicolau Breyner realiza-se na quarta-feira, a partir das 15:00, com uma missa na Basílica, seguindo depois para o cemitério do Alto de São João, onde o corpo será cremado.