"Vergonha, ONU, vergonha [secretário-geral António] Guterres, vergonha!", gritou na quinta-feira a cineasta, cujo filme sobre a sua vida em Aleppo, sob cerco, disputará o Óscar de Melhor Documentário este ano.

Dirigindo-se a manifestantes da ONG Medical for Human Rights, Waad al-Kateab leu mensagens de médicos que testemunham os danos causados pelo bombardeamento de hospitais em áreas controladas por rebeldes na Síria.

Grupos de direitos humanos acusam aviões russos de atacar hospitais e clínicas médicas e de apoiar forças do governo que tentam recuperar o controlo de Idlib, o último grande reduto rebelde.

Em agosto, a ONU abriu uma investigação interna sobre alguns dos ataques, que Moscovo nega ter realizado. A investigação deveria estar pronta no final de janeiro, mas foi adiada em meados de março.

Waad al-Kateab teme que os resultados da investigação nunca sejam publicados, o que levaria a "mais desinformação em vez de dizer a verdade sobre o que está a acontecer na Síria".

A realizadora disse que não confia na ONU e em Guterres, e que a organização está "a judar" a ofensiva do presidente Bashar al-Assad, no noroeste da Síria.

"Eles devem aceitar a sua responsabilidade. Eles são as Nações Unidas. Eles não devem tomar partido e ajudar o regime de Assad", disse a cineasta.