Por se tratar de “uma edição simbólica”, o Cistermúsica, que decorre de 01 a 30 de julho, volta a reunir na cidade grupos e artistas que o diretor do festival, Rui Morais, considera terem “protagonizado grandes momentos da programação ao longo dos últimos 15 anos”, a par de novidades e estreias que farão desta a “maior edição de sempre”.

Dezassete concertos e um bailado, integrados na programação principal, juntam-se à componente didática e aos espetáculos em igrejas, cafés e outras salas de Alcobaça, ao longo de um mês em que mais de 40 eventos ligados ao festival celebram Bach e Ravel.

“Em torno de Ravel” é precisamente a temática do concerto de abertura que, no dia 01, marca, nas escadarias do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, o arranque do Cistermúsica que tem este ano como ponto alto a estreia moderna da ópera "Inês de Castro", de Giuseppe Giordani (1793), historicamente a primeira de dezenas de óperas inspiradas na história de Pedro e Inês.

A ópera, que não é executada desde o século XVIII e nunca foi editada, será apresentada no Cine Teatro de Alcobaça, no dia 29, na sequência de um pedido da organização ao Centro de Estudos Studi Giuseppe Giordani, em Itália, “para que realizasse a edição da partitura especialmente para o Cistermúsica”, afirmou Rui Morais.

No palco estarão um elenco de seis cantores portugueses, o Coro do Teatro Nacional de São Carlos e a Orquestra Sinfónica Portuguesa, sob a direção de João Paulo Santos, numa versão de concerto que será editada em CD.

Entre as novidades da edição, destacam-se igualmente um recital de harpa com a alemã Silke Aichorn e a criação contemporânea, encomendada pelo festival, que resultará na estreia de uma obra para coro de João Madureira, que será estreada pela Cappela Musical Cupertino de Miranda, e de outra, para piano solo, de António Victorino d’Almeida, que terá como intérprete a pianista russa Irina Chistiakova.

No que diz respeito a artistas convidados a regressar ao Cistermúsica, o diretor destaca o Grupo Vocal Les Éléments (França) e o Quarteto Arcadia (Roménia), “com dois programas imperdíveis”, incluindo obras alemãs para coro e piano, de Schumann a Stockhausen, e quartetos de Mozart, Haydn e Bartók.

Rui Morais cita igualmente o Quatuor Alfama, quarteto belga que fará um programa de Schubert e Mozart, em memória de Harry Halbreich, musicólogo belga falecido em 2016.

Entre os grupos nacionais, elege a Cappela Musical Cupertino de Miranda, que percorrerá a Renascença portuguesa e europeia, num programa que assinalará igualmente os 450 anos do nascimento de Monteverdi.

Pelo festival passarão ainda o violinista brasileiro Cármelo de los Santos, a Orquestra de Câmara Portuguesa, a violoncelista Isabel Vaz (vencedora do Prémio de Interpretação do Estoril 2016), a Orquestra Filarmónica Portuguesa, a Orquestra do Estágio Gulbenkian e a Academia de Dança e Orquestra Sinfónica de Alcobaça.

A versão de "Requiem à Memória de Camões", de João Domingos Bomtempo, em instrumentos de época, um projeto do músico João Paulo Janeiro, é apresentada no dia 8, no Mosteiro de Alcobaça, estando prevista a gravação, nos dias seguintes, no mesmo local.

O festival conta ainda com a particularidade de, pela primeira vez, três dos grandes concertos acontecerem no espaço fronteiro ao Mosteiro, no âmbito do apoio comunitário para a programação cultural associada ao Lugares do Património Mundial da Região Centro.

O apoio, de 42 mil euros, permitiu o aumento do orçamento global do festival para “cerca de 200 mil euros”.

Há igualmente a expectativa de ser "batido o recorde de afluência de público”, “pelo facto de estes concertos acontecerem na rua", como afirma Rui Morais, depois de, no ano passado, a programação principal ter atingido a ordem dos cinco mil espetadores.

Os espetáculos que não são de entrada livre custam entre os 5 e 18 euros, mas a organização disponibiliza uma assinatura para toda a programação principal no valor de 50 euros e bilhetes de fim de semana a 15 ou 20 euros.

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