Num texto publicado na sua página no Facebook, Francisco Rodrigues dos Santos começa por salientar que “a cultura não é um condomínio privado dos amigos do Ministério, pago com o dinheiro dos portugueses”.
Apontando que o Ministério da Cultura “vai gastar um milhão de euros no TV Fest”, uma iniciativa em que músicos “convidam pessoalmente” os próximos a participar, o líder do CDS assinala que irá criar “corrente privativa de 120 artistas até se esgotar a verba disponível”.
“Uma espécie de circuito fechado ou privilégio exclusivo de um círculo de artistas, alimentado pelos contribuintes, que coloca em causa a igualdade de acesso, e torna a medida não inclusiva e antidemocrática”, censura Francisco Rodrigues dos Santos.
O festival, criado no quadro de apoio ao setor da música, no âmbito da crise da pandemia covid-19, com um investimento financeiro público de um milhão de euros, prevê a realização de concertos disponibilizados, todas as noites, no canal 444 e na RTP Play, ao longo de um mês.
Para o presidente do CDS, “este não é o momento para festivais quando faltam testes nos lares, equipamentos de proteção individual para os profissionais de saúde, reforço de verbas ao setor social e um plano económico que salve empregos”.
Identificando que “a cultura atravessa uma grave crise financeira”, Rodrigues dos Santos rejeita “que cabe ao Estado criar um sistema em que atribuiu a uma elite que lhe agrada o poder de escolher os beneficiários ativos dos seus apoios”.
“O compromisso do Ministério da Cultura deveria ser, nesta altura, o de criar mecanismos de apoio éticos que não fomentem desigualdades e não excluam centenas de profissionais que precisam de ajuda”, propõe o líder democrata-cristão, pedindo ao Governo “sentido de justiça e de transparência”.
Na ótica de Francisco Rodrigues dos Santos, o Estado deve atuar “como indutor, criando estratégias para que os projetos aconteçam em articulação com os agentes culturais, mas não como criador de eventos, sobretudo de caráter reprovável na distribuição de fundos públicos”.
Na quarta-feira foi lançada uma petição pública online pelo cancelamento imediato do TV Fest, que hoje, às 13:32, contava com 14.924 assinaturas.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da COVID-19, já infetou mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 89 mil.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 409 mortes, mais 29 do que na véspera (+7,6%), e 13.956 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 815 em relação a quarta-feira (+6,2%).
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