“Devido à atual situação pandémica e à impossibilidade da reabertura das salas de espetáculos nas próximas semanas e consequente realização de concertos ao vivo, o Festival Montepio Às Vezes o Amor vê-se obrigado a adiar as suas datas”, indicou a organização em comunicado.
Assim, o primeiro dia de concertos do festival que se distribui por múltiplas cidades portuguesas passa a ser 29 de abril, quando sobe ao palco do Coliseu do Porto o projeto “Deixem o Pimba em Paz” e se realiza a primeira de duas datas dos GNR no Teatro Municipal de Vila do Conde.
Em 1 de maio, Bruno Nogueira, Manuela Azevedo e Filipe Melo levam “Deixem o Pimba em Paz” ao Coliseu dos Recreios, em Lisboa, enquanto os Moonspell apresentam o mais recente álbum, “Hermitage”, no Cine-Teatro Avenida, em Castelo Branco.
No dia 14 de maio, Luísa Sobral atua no Cine-Teatro Paraíso, em Tomar, e Sara Tavares canta no Sá da Bandeira, em Santarém. Um dia depois, Paulo Gonzo sobe ao palco do Teatro Virgínia, em Torres Novas, enquanto Tiago Nacarato & Bárbara Tinoco dão o primeiro de dois concertos no Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria, nos mesmos dias de Fernando Daniel no Auditório Carlos do Carmo, em Lagoa.
Jorge Palma vai atuar no Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha, no dia 16 de maio, estando, por enquanto, a última data do Às Vezes o Amor reservada para Salvador Sobral no Convento São Francisco, em Coimbra, no dia 31 de julho.
As novas datas ainda por anunciar são as de João Pedro Pais no Coliseu Micaelense, em Ponta Delgada, de Aurea, no Fórum Municipal Luísa Todi, em Setúbal, e de Carlão, no Teatro Aveirense.
O adiamento acontece dias depois de o festival Sons de Vez ter anunciado o cancelamento de parte da programação e de a organização do festival Porta-Jazz ter dito que estava em negociações para tentar perceber qual será a “nova data/formato” em que decorrerá a 11.ª edição do evento. Sons de Vez e Porta-Jazz seriam os dois primeiros festivais do ano.
Os equipamentos culturais estão encerrados desde 15 de janeiro, em Portugal Continental, no âmbito das medidas decretadas pelo Governo para tentar conter a pandemia da covid-19.
O mesmo já tinha acontecido no ano passado. No entanto, em 2020, os espetáculos começaram a ser adiados ou cancelados em março, ainda antes de decretado o encerramento das salas.
No dia 1 de junho, as salas foram autorizadas a reabrir, com lugares marcados e o cumprimento de regras de distanciamento físico, embora no final de maio ficasse proibida a realização de “festivais e espetáculos de natureza análoga”, até ao passado dia 31 de dezembro.
Em 15 de janeiro deste ano, associações representativas do setor dos espetáculos de música reuniram-se com o Governo, naquela que foi a primeira reunião de trabalho para “definir uma estratégia que permita” a realização de festivais e concertos em 2021.
A equipa de trabalho, que irá reunir-se novamente na quarta-feira, “irá definir uma estratégia que permita assegurar a possibilidade de, em 2021, se poder desfrutar de um festival de verão ou concerto de música sem colocar em risco a saúde de todos”.
Embora haja datas marcadas para vários festivais de verão, como o Rock in Rio Lisboa, o Alive (Oeiras), o Primavera Sound (Porto) e o Sudoeste (Zambujeira do Mar), os promotores querem saber em que condições poderão realizá-los.
O verão ao ano passado decorreu sem os festivais de música, com a Aporfest a estimar uma perda de cerca de 1,6 mil milhões de euros, contra os dois mil milhões originados em 2019.
A APEFE, por seu lado, ainda antes de apurados os números do quarto trimestre de 2020, atestava que o mercado dos espetáculos registara uma quebra de 87%, entre janeiro e outubro, face a 2019, admitindo que a quebra poderia chegar aos 90%, no final do ano.
Os números concordavam com os das plataformas de venda de bilhetes para espetáculos, em Portugal: a BOL registou uma quebra de 91% no volume de vendas, enquanto a Ticket Line e a Blue Ticket disseram à Lusa terem registado perdas superiores a 80%.
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