"Maus Êxitos", dos portugueses D'Alva, chegou esta sexta-feira, 12 de outubro, e sucede a "#batequebate", de 2014. O novo disco chega quatro anos depois e o intervalo não foi uma pausa, conta Alex D'Alva Teixeira em conversa com o SAPO Mag: "Na verdade, nesses quatro anos, estivemos bastante ativos. Lançámos o disco no verão de 2014 e estivemos na estrada a tocar o disco. No ano seguinte, também foi um ano atarefado e até mais. no terceiro ano, quando achávamos que as atenções iriam cair e que iríamos ter tempo para fazer outras coisas,  a agenda continuou a ficar preenchida e até fizemos uma digressão chamada 'Não é uma tour, são só umas datas".

O intervalo entre os dois discos serviu para que Alex e Ben Monteiro procurassem uma identidade para a banda. "Este quatro anos serviram para percebermos quem é que são os D'Alva nesta fase e serviu para encontrar a nossa identidade. Isso demorou algum tempo, na verdade. Mas aconteceu e, no final do ano passado, estivemos fechados em estúdio", conta o músico ao SAPO Mag.

"Quatro anos é muito tempo, mas, às vezes, as coisas para serem bem feitas precisam de tempo. Não são como os conteúdos consumidos online, que são tão instantâneos - uma story só dura 24 horas. E queremos algo que dure mais tempo. Não sei até que ponto será intemporal, mas objetivo era criar alguma coisa que possa fazer parte da vida das pessoas", explica Alex D'Alva Teixeira.

A identidade dos D'Alva foi sendo construída ao longo dos últimos anos e é refletida no novo álbum."O primeiro disco foi feito apenas pela diversão e não estávamos à espera de ter o sucesso que tivemos. Experimentámos essa fase de sucesso e, no ano passado, foi um ano mais sossegado. Não tivemos muitos concertos e percebemos que o panorama da música mudou bastante. No entanto, trabalhar com outros artistas e, numa perspectiva muito pessoal, quando fazemos canções como a colaboração com o Virgul... e ver o sucesso que teve, isso deu-me confiança de fazer a música que nós quisermos para os D'Alva. É pop, mas ao mesmo tempo é experimental e não obedece a regras e cânones que as pessoas geralmente associam a canções pop. Isso deu-nos uma liberdade muito grande", conta o músico.

Em conversa com o SAPO Mag, Alex D'Alva Teixeira revela ainda que o nome do disco, "Maus Êxitos", tem uma "história muito longa". "Mesmo antes de fazermos o disco, estava a sentir medo de falhar. Há expectativas: será que vamos conseguir ter um disco tão bom como o primeiro? Nem é a pressão de 'será que vamos conseguir vender muitos discos'. A minha questão era: será que vamos fazer canções tão boas ou melhores que as anteriores? E tinha mesmo muito medo de falhar, mas acho que é normal", conta, lembrando que há muitas histórias sobre os dramas do segundo álbum.

"Quando estávamos a explorar ideias, fomos ver o significado da palavra 'falhanço' e encontrámos lá 'mau êxito. E achámos engraçado", contou, acrescentando que se é para "falhar, é para falhar bem".