“É impossível” colocar “para trás das costas” o incêndio da edição de 2016, que destruiu mais de 400 viaturas estacionadas junto ao recinto do certame, afiançou hoje à agência Lusa Marta Guerreiro, da PédeXumbo, entidade promotora do festival.

Segundo a responsável pela coordenação artística e gestão de projetos da PédeXumbo - Associação para a Promoção da Música e Dança, tratou-se de “um acontecimento” que “marcou todos” os envolvidos no festival, “desde a organização aos participantes”.

Mas, por parte da organização e participantes, a edição de 2017 foi recheada de “boa energia”, a que a PédeXumbo quer dar continuidade: “Esperamos que esta seja, igualmente, uma edição com uma grande energia”.

O 23.º Andanças tem “lugar reservado”, durante cinco dias, a partir de quarta-feira e até 5 de agosto, nas imediações da vila alentejana de Castelo de Vide, num recinto junto do Forte de São Roque, tal como no ano passado.

Concertos, oficinas de dança, bailes, atividades para crianças e famílias, performance e teatro, desenvolvimento pessoal, animação de rua, oficinas de instrumentos e passeios são os principais “ingredientes” do festival.

Pelo evento, atendendo aos números do ano passado, disse à Lusa Marta Guerreiro, deverão passar “cerca de 20 mil pessoas” no conjunto dos cinco dias, com uma previsão de “duas mil pessoas diariamente”.

E o público, afirmou, vai ser muito variado. Jovens e famílias, nacionais e estrangeiros, sobretudo espanhóis e, este ano, “muitos alemães, suíços e pessoas vindas da Europa do Norte”, assim como “pessoas que gostam de dançar e outras que não gostam ou que começam” no Andanças.

Incêndios: S. Pedro do Sul

O convite da organização é para “dançar o mundo”, com oficinas e bailes que prometem fazer “viajar” os participantes “ao ritmo dos passos e compassos” de danças do mundo e de Portugal.

Em representação do território nacional, estão “os viras minhotos até às chamarritas dos Açores, passando por danças do Alentejo, como as valsas mandadas, ou os fandangos da Estremadura”, resumiu a responsável da organização.

Além-fronteiras, a “viagem” abrange danças da Europa, num “itinerário” por Espanha, Bélgica, Itália, França, Roménia ou Bulgária, mas também ritmos de África (kizomba, semba e funaná), América Latina (forro, samba, salsa, tango), América do Norte (swing, lindy-hop e balb), Médio Oriente ou Índia (bollywwod).

Oficinas de danças da Antiguidade Clássica Grega e de Danças Circulares Sagradas são outras das propostas da programação, em que o público “deixa a postura de espetador e participa, aprendendo”, referiu a organização.

Propostas musicais e artísticas oriundas de todos os continentes “enchem” os oito palcos do recinto, mas, para a vila, também estão agendadas atividades, como ateliês e oficinas, para promover a interação com a comunidade local.

O incêndio de 2016, ocorrido a meio da tarde do dia 3 de agosto, a algumas centenas de metros do recinto, surgiu num dos parques de estacionamento e, em menos de três horas, atingiu total ou parcialmente 458 viaturas.

Em fevereiro de 2017, o Ministério Público (MP) arquivou o inquérito instaurado ao caso, por não ter conseguido apurar as circunstâncias concretas em que o fogo ocorreu.

Já este mês, no dia 5, o advogado Pedro Proença, que representa parte dos lesados, revelou à Lusa ter interposto, nesse dia, uma ação no Tribunal Administrativo e Fiscal de Castelo Branco contra a PédeXumbo, a Câmara de Castelo de Vide e a seguradora do grupo Crédito Agrícola, exigindo uma indemnização de 831 mil euros, em relação à qual as três entidades visadas se manifestaram “serenas”.

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